Produtores rurais de Goiás estão reivindicando a divulgação antecipada do preço do leite pela indústria, que atualmente só informa o valor no 20° dia do mês seguinte à entrega do produto, conforme estabelecido na Lei 12.669.
A proposta integra o documento “Carta dos Produtores de Leite de Goiás”, elaborada na última sexta-feira (25/01) durante reunião da Comissão da Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), na capital do estado, para debater os desafios do mercado do leite.
O diretor Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Renato Chiari, que também preside a Comissão, destaca que o documento será entregue aos laticínios do estado. “Este é um problema crônico dentro da pecuária leiteira. O produtor entrega o leite no laticínio sem saber quanto vai receber pelo produto, se o valor que será pago dará para arcar com os custos, ficando sem condições de planejar ou investir mais na atividade”, alerta Chiari.
Com a participação de mais de 300 produtores, a reunião ainda teve a apresentação de outros temas, dentre eles: as perdas causadas pela importação de leite em pó da Argentina e Uruguai, a necessidade de aumentar o consumo do leite no Brasil e a exportação, a regulamentação e normatização entre produtores de leite, laticínios e governo, além de outros. Como a pauta era extensa, o diretor da Girolando sugeriu que o documento contivesse as reivindicações mais urgentes relativas à relação entre o produtor e a indústria. Com isso, a Carta dos Produtores de Leite de Goiás contempla dois itens:
• “Todos os produtores de leite do estado de Goiás negociem junto às empresas compradoras de leite para que elas estabeleçam e divulguem o preço do leite a ser pago no mês seguinte, até o 25° dia do mês anterior”;
• “Que as empresas compradoras promovam o pagamento do leite até o 5° dia útil do mês seguinte ao da entrega”.
Além dos mais de 300 produtores presentes, assinaram a carta o presidente da FAEG, José Mário Schreiner, o diretor da Girolando e da Comissão José Renato Chiari, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-GO), Joaquim Guilherme Barbosa, o presidente da CENTROLEITE, Pedro Barbosa de Oliveira, o deputado estadual eleito, Amauri Ribeiro, e o secretário de Agricultura, Pecuária e irrigação de Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto.
“O produtor de leite goiano não está órfão! A responsabilidade, mútua, aumentou. Mas é assim, com confiança, honestidade e responsabilidade que se constrói um futuro virtuoso. No entanto, este é o primeiro passo de um difícil e desafiante caminho. Precisamos ficar unidos e arregimentados, mobilizados mesmo, para darmos os próximos passos. Parabéns à Diretoria da FAEG. Parabéns aos valorosos produtores de leite goianos!”, declarou o produtor Edilberto.
Segundo Chiari, a expectativa é de que a mobilização ocorrida em Goiás também aconteça em outros estados brasileiros, pois os problemas apresentados no documento são verificados em todo o país.
Mais de 300 produtores compareceram na reunião da Comissão da Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e pecuária de Goiás, onde foram debatidos os desafios do mercado do leite. A mesa foi composta pelo presidente da FAEG José Mário Schreiner, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-GO), Joaquim Guilherme Barbosa, o presidente da CENTROLEITE, Pedro Barbosa de Oliveira, o Deputado Estadual Eleito, Amauri Ribeiro e o Secretário de Agricultura, Pecuária e irrigação de Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto.
Existem outras manifestações como esta acontecendo em várias partes do país. Nas redes sociais Produtores de leite de outros estados usam as redes sociais para reunir assinaturas em abaixo-assinado com a intenção de encaminhar ao presidente Jair Bolsonaro.
No cabeçalho do documento encontramos a justificativa do manifesto e a solicitação ao presidente Jair Bolsonaro para a desoneração da cadeia produtiva do leite, revisão da Lei 12.669 e inclusão do Commodity Leite a BM&F.
Estes são temas recorrentes dentro da atividade leiteira e o setor está se mobilizando para ser atendido de forma adequada.
Veja também vídeos de alguns produtores indignados com toda esta situação:
Por: Associação Brasileira de Criadores de Girolando, com edições do AGRONEWS BRASIL.