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A Nelore-MT finalizou hoje(10) a Prova de Ganho de Peso, com embarque dos animais para o frigorífico. Finalidade da pesquisa é de produzir informações que auxiliem os produtores na tomada de decisões e com isso permitir mais rentabilidade na atividade pecuária.
Abaixo você pode assistir a matéria completa realizada na fazenda experimental da Nelore-MT. Aperte o Play!
Prova de ganho de peso
Qual o melhor sistema para colocar dinheiro no bolso do pecuarista? Qual a melhor genética para qualidade da carne? Qual o animal com maior eficiência na conversão? Estas e outras perguntas, devem ser respondidas a partir da análise dos dados coletados durante o experimento realizado pelo Núcleo de Estudos de Pecuária Intensiva – NEPI, da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, em parceria com a Associação de Criadores Nelore-MT e a indústria de nutrição animal, representada pela Nutron/Cargill.
A prova de ganho de peso testou 600 animais Nelores inteiros, selecionados por 20 produtores, sendo exatamente 30 animais por produtor. Esta é terceira vez que este experimento é realizado e o maior até aqui, pois as versões anteriores contaram com apenas 120 animais.
Para o presidente da Nelore-MT, Aldo Rezende, a intenção da prova, é de mostrar aos produtores do estado o potencial na intensificação da atividade e transmitir as experiências positivas alcançadas com a implementação de novas tecnologias.
“Estamos aqui para tentar passar esse sucesso que alcançamos com a intensificação para a pecuária do Mato Grosso. E nós somos privilegiados com a natureza. Eu falo que aqui no Mato Grosso, quando tá ventando você tá a favor do vento, se você tiver dentro de um rio você tá para a rio abaixo e se você tem uma montanha na frente, com certeza você tá descendo. Por isso que o produtor do Mato Grosso está sempre à frente dos produtores do Brasil, porque a natureza está sempre ao nosso favor.“, avalia Aldo.
O presidente da Nelore-MT aproveitou a oportunidade para agradecer aos parceiros do projeto, produtores e demais colaboradores que auxiliaram na execução do experimento que durou cerca de 14 meses.
Geração de dados para o mundo
A professora e pesquisadora da UFMT de Sinop, Dra. Kamila Andreatta, que também é a coordenadora do NEPI e quem conduziu o experimento, explica que esta iniciativa é de suma importância para a obtenção de respostas aos produtores rurais, principalmente aqueles que querem aumentar a sua rentabilidade ou modernizar o sistema produtivo.
Para a pesquisadora, os dados gerados a partir deste trabalho, servirão não somente para os produtores de Mato Grosso, mas de todo o Brasil e mundo. “A gente está produzindo carne pro mundo, nós somos o celeiro da carne mundial. Nós somos o maior estado produtor de carne do país, justamente do país que é o maior produtor de carne do mundo. Por isso nós estamos gerando dados aqui e não consumindo dados de fora. Isso é muito importante.“, enaltece Dra. Kamila.
Ela afirma que essa tríade: academia, indústria e criador, cria uma sinergia altamente positiva em prol da pecuária. Já que os dados levantados representam a realidade vivida pelos produtores em sintonia com a indústria e o mercado da carne. “Isso é muito importante porque a gente consegue tirar a academia de dentro da sala e colocar ela no campo, tirar o criador que vive somente no campo e juntar ele a academia e por fim, tirar indústria somente do propósito comercial de venda e integrar todo mundo junto.“, explica a pesquisadora.
Custos de produção x mercado
Dentre os pilares desenvolvidos neste experimento está a nutrição animal. Neste caso, foram avaliados critérios de conversão, genética e ganho de peso propriamente dito. A coordenadora de território da Nutron, Nathalia Dias, representante da indústria no experimento, considera que os dados levantados servirão para que produtor possa avaliar melhor os processos que são desenvolvidos da porteira pra dentro e com isso conseguir identificar onde obter mais rentabilidade no negócio.
“O produtor tem que administrar o que está no seu controle, preço de mercado a gente não consegue controlar, mas a gente consegue controlar os nossos custos de produção dentro da fazenda. Então uma vez que você tem calculado e mensurado o custo de produção da arroba, você consegue saber até o quanto você pode se aventurar no mercado atual ou não. Hoje, a ideia da prova é justamente mostrar que a gente consegue fazer um animal precoce, um animal com qualidade – padrão China e em menos tempo. Com isso o produtor vai poder escolher qual o melhor modelo para ser remunerado e parar de ficar em função do preço do mercado.“, explica Nathalia.
Com o objetivo de medir quais protocolos nutricionais efetivamente impactam na qualidade da carne, desempenho de carcaça e impactos ambientais, a coordenadora avalia positivamente o fechamento deste ciclo e enfatiza que a adoção das novas tecnologias garantem rentabilidade e contribuem efetivamente para o meio ambiente, com a redução das emissões.
“A gente conseguiu se planejar e o resultado vai ser positivo. Nós da pecuária, todo mundo sabe, somos que mais protegemos o planeta e o meio ambiente. E nessa prova não poderia ter sido diferente, inclusive as tecnologias nutricionais que nós empregamos, todas elas, já estão com pacotes tecnológicos para direcionar uma melhor performance animal e menor produção de gás metano. Tudo isso, já pensando no futuro, já pensando provavelmente nas normas comerciais para negociação com outros países, também pensando no nosso planeta e nas futura gerações que vem por aí.” finaliza.
Os animais embarcados seguem para o frigorífico e o fechamento dos dados será realizado pela equipe de trabalho. Os resultados obtidos serão divulgados em breve pelas entidades envolvidas no experimento.
Por Vicente Delgado
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