À medida que nos aproximamos da Semana Santa, um período importante para o mercado de tilápia no Brasil, Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR, oferece um olhar detalhado sobre as tendências atuais e futuras no setor. Este artigo destaca os principais pontos discutidos em sua transcrição mais recente, cobrindo desde a análise de preços e demanda até iniciativas governamentais e internacionais.
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Tilápia: Estabilidade com tendência de alta nos preços
Durante o período da Quaresma, que antecede a Semana Santa, o mercado de tilápia, especialmente na região dos Grandes Lagos, Mato Grosso do Sul e São Paulo, mostrou uma estabilidade nos preços, com o indicador Cepea registrando um preço médio de R$ 9,61 por quilo. No entanto, observou-se um ligeiro aumento de R$ 0,03 no norte do Paraná, elevando o preço médio para R$ 10,04. Esta tendência de estabilidade, com uma leve inclinação para o aumento, reflete a robustez do mercado e a demanda consistente.
A preparação para a Semana Santa é intensa, com a maior parte dos negócios já concluídos e os produtos sendo transportados para os pontos de venda. Esta antecipação destaca a importância da temporada para o mercado de tilápia, com um aumento na comercialização de postas e filés de tilápia, que são especialmente procurados durante este período. Além disso, a região Nordeste mostra uma tendência distinta, com um aumento nas vendas de tilápia durante a própria Semana Santa, diferentemente de outras regiões onde as negociações são antecipadas.
Desafios regulatórios
Um ponto crítico abordado por Medeiros foi a reunião com o ministro André de Paula para discutir preocupações sobre a Portaria 174, que regulamenta a licença de aquicultura. A Peixe BR argumenta que essa regulamentação burocratiza e onera o setor sem trazer melhorias de competitividade, pleiteando a suspensão da implementação dessa norma. Esta situação sublinha os desafios regulatórios enfrentados pelo setor e a necessidade de advocacia para garantir um ambiente de negócios favorável.
Destacam-se também as iniciativas locais e internacionais para promover o desenvolvimento do setor. A visita à cidade de Muniz Freire, no Espírito Santo, revela um programa bem-sucedido de desenvolvimento da cultura da tilápia, que poderia servir de modelo para outros municípios. Paralelamente, a colaboração com a Bahia Pesca visa impulsionar a piscicultura no estado da Bahia.
A viagem ao Vietnã, acompanhando representantes do governo e empresários brasileiros, tem como objetivo fortalecer os laços comerciais e promover a produção de tilápia do Brasil. Este movimento estratégico busca não apenas abrir mercados internacionais, mas também defender os interesses do setor produtivo brasileiro, enfatizando a importância de acordos comerciais benéficos para ambas as partes.
Em síntese, à medida que o mercado de peixes de cultivo no Brasil se prepara para a Semana Santa, os esforços para manter a estabilidade dos preços, enfrentar desafios regulatórios e expandir horizontes internacionais são evidentes. As iniciativas de Francisco Medeiros e da Peixe BR refletem um compromisso contínuo com o crescimento e a sustentabilidade do setor, destacando o papel crucial da aquicultura no agronegócio brasileiro. Com expectativas positivas para o futuro, a indústria está posicionada para continuar sua trajetória ascendente, beneficiando-se de políticas favoráveis e de uma presença cada vez maior no mercado global.
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