A produção agrícola, pecuária e florestal de Mato Grosso, que atingiu recorde de produção nesse ano também terá recorde de receita, conforme nova estimativa do VBP
A produção agrícola, pecuária e florestal de Mato Grosso, que atingiu recorde de produção nesse ano também terá recorde de receita, conforme nova estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última segunda-feira. Nessa quarta atualização tudo que foi produzido nas lavouras e nos campos do Estado deverão somar mais de R$ 63,47 bilhões, o que segundo o órgão, esse faturamento é inédito dentro da série histórica, iniciada em 2010.
Na comparação anual, com o consolidado em 2016, o VBP passa de R$ 56,20 bilhões para R$ 63,46 bilhões, ganho anual de 13%. De 2012 até essa nova atualização, o VBP estadual ganhou cifras ano a ano, de R$ 36,07 bilhões, R$ 39,73 bilhões, R$ 43,96 bilhões e de R$ 50,17 bilhões, respectivamente.
Ainda conforme dados dessa 4ª estimativa, dos R$ 63,47 bilhões, sendo 77,5% proveniente da agricultura e floresta e 22,5% da pecuária. “Quando analisado em valores reais, ou seja, retirando a inflação acumulada nos preços durante os anos, o VBP atual cresceu 11,9% no comparativo com 2016.
Os motivos deste avanço são pautados nas boas safras de soja, milho e algodão e na elevação no abate de bovinos nos últimos meses”, explicam os analistas do Imea.
Ainda de acordo com os analistas, apesar do aumento expressivo em receita, quando avaliada a lucratividade dos produtores rurais das principais culturas, observa-se uma queda de 80,7% em média no comparativo com o ano anterior, revelando assim que a margem de lucro classificada como “espremida”.
O VBP é a receita de tudo que é produzido da porteira para dentro, levando em conta o volume ofertado e os preços médios de venda dos produtos. Essa quarta estimativa do VBP da agropecuária de Mato Grosso trouxe um avanço de 2,7% em relação à terceira estimativa feita pelo Imea. Esse crescimento deve-se principalmente à recuperação da pecuária no decorrer dos últimos meses, que avançou 7,9% sobre a 3ª estimativa. “Melhora proveniente, sobretudo, da bovinocultura de corte, que teve uma retomada nos preços e no volume de abate, com seu VBP subindo 11,5%. Ainda que esse avanço seja expressivo, tal valor se mostra um pouco abaixo do valor de 2016, indicando que a previsão é de que a bovinocultura feche em baixa neste ano”, completam os analistas.
Já a agricultura se mostrou bem favorável em 2017, com destaque à cultura do milho, que fechará o ano com alta de 35,9% em seu VBP, em relação ao ano passado, devido à normalização da safra e ao grande volume colhido, de mais de 30 milhões de toneladas. Com esse crescimento nas culturas agrícolas, o VBP da agropecuária do Estado em 2017 está avançando 12,9%, em relação a 2016.
VALORES – Entre as culturas, a que exibe a maior alta anual é a do milho, com ganhos de 36%. Conforme o levantamento do Imea, o VBP passou de R$ 6,2 bilhões para R$ 8,4 bilhões. Já o menor crescimento está com o arroz, com 3% de expansão. A receita passa de R$ 432 milhões para R$ 443 milhões.
A soja passa de R$ 28,45 bilhões para R$ 32,06 bilhões, projeção que garante alta anual de 13%. O algodão passa de R$ 5,35 bilhões para R$ 6,28 bilhões, e alta de 17%. A cana-de-açúcar deve fechar o ano com receita 23% maior, já que na previsão do Imea, a cultura passa de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,72 bilhão. Em relação ao campo, os produtos florestais e lenha têm projeção de perda, que deve fechar em 11%, já que no ano passado o faturamento somou R$ 214 milhões e nesse ano deve atingir R$ 191 milhões.
Na pecuária, a maior variação anual virá da suinocultura, cuja alta está estimada em 17%, ao passar de R$ 908 milhões para R$ 1,06 bilhão.
A principal atividade pecuária do Estado, a bovinocultura, apesar da expansão dos últimos meses, apenas tem projeção de estabilidade, mantendo o faturamento em cerca de R$ 11 bilhões. O leite tem previsão de alta anual de 3% ao passar de R$ 531 milhões para R$ 545 milhões.
Já a avicultura é a única atividade do segmento com projeção de perdas entre 2016 e 2017. Conforme o Imea, a queda será de 1%, com a receita passando de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,69 bilhão
Fonte: Acrimat