Produção é 4,7% menor do que a excepcional safra anterior
A safra de grãos 2017/2018 está estimada em 226,5 milhões de toneladas, mas esses números indicam recuo de 4,7% em relação à safra passada, de 237,7 milhões de toneladas, que foi considerada excepcional. A expectativa é semelhante aos ciclos anteriores em que o clima favoreceu o bom desenvolvimento dos cultivos. As previsões estão no 3º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado nesta terça-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Sávio Pereira, secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), disse que “a redução já era esperada porque o clima no ano passado foi excepcional. Neste momento ainda não temos uma definição clara do clima, mas aparentemente corre tudo bem, e é possível contar com uma safra quase tão grande quanto a do ano passado.”
Apesar da redução, os números da safra hoje são muito bons, segundo o secretário.
“226 milhões de toneladas é uma safra muito grande, que garante o abastecimento nacional e a geração de divisas cambiais que o país precisa.”
O plantio das principais culturas já terminou. Soja e milho ainda são os preferidos dos produtores e respondem pela produção de 89% dos grãos.
A soja deve alcançar 109,2 milhões de toneladas contra 114,1 milhões/toneladas do último período. Já a expectativa para o milho total é de 92,2 milhões, contra 97,8 milhões/toneladas, distribuídos entre a primeira e a segunda safras no período 2016/2017. A primeira safra pode alcançar números menores no ciclo atual e atingir 25 milhões de toneladas, enquanto que a segunda safra pode chegar a 67,2 milhões de toneladas, quase igualando ao registro da produção passada de 67,4 milhões/toneladas.
O algodão em pluma deve alcançar 1,7 milhão de toneladas, com aumento de 10,5% na produção e de 11% na área plantada.
No caso da área total plantada, favorecida pelo aumento do plantio de algodão, e principalmente da soja, estima-se um aumento de 0,9%, podendo alcançar 61,5 milhões de hectares.
O mais relevante a se considerar é o crescimento da área plantada, na opinião de Sávio Pereira.
“Os produtores estão estimulados a plantar. Nos últimos nove anos tivemos 14 milhões de hectares de agricultura nova entre soja e a segunda safra de milho. A média é de 1,7 milhão de hectares por ano. Esse crescimento de área reflete mais o avanço da agricultura do que até da produção, que depende de fatores como a produtividade e clima.”
No caso da soja – que tem maior liquidez e melhor rentabilidade em relação a outras culturas – prevê-se uma elevação média de 3,1%, podendo alcançar 35 milhões de hectares, com aumento de 1 milhão de hectares em comparação a 2016/2017.
A área do milho primeira safra deve diminuir 9,6%, o que se refletirá na área total da cultura, para a qual se estima uma redução de 528 mil hectares.
Quanto à produtividade, os números se baseiam em análises de séries históricas, levando-se em conta que a safra ainda está em fase de plantio. Apenas a soja conta com informações colhidas em campo, que apontam para uma produtividade de 3.123 kg/hectares contra 3.364 kg/hectares da safra anterior.
A pesquisa foi feita nos principais centros produtores de grãos do País no período de 14 a 25 de novembro.