Saiba como evitar as estereotipias em equinos

Antes de serem domesticados, os cavalos eram animais selvagens que aproveitavam sua liberdade, desfrutando de áreas extensas para se exercitar à vontade. Com o tempo, o ser humano foi modificando essa rotina e os equinos se tornaram animais domésticos, mas que ainda precisam manter algumas de suas necessidades naturais para evitar as estereotipias.

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Estereotipias são comportamentos estranhos do animal que demonstram que algo está errado. As causas podem ser o estresse, confinamento e até mesmo a nutrição. Por isso, é muito importante que o cavalo tenha descansos e intervalos consideráveis, sempre tirá-lo do confinamento para que possa se exercitar e ficar livre para se movimentar da forma que quiser, ter contato com outros cavalos e com humanos, além de tomar muito cuidado com o manejo nutricional do animal.

As estereotipias mais comuns são: mastigar madeira, aerofagia (engolir ar), andar em círculos, ingestão da cauda ou crina, bater os pés, sacudir a cabeça e comer terra ou as próprias fezes (coprofagia). Normalmente esses comportamentos são repetitivos e podem ser identificados rapidamente, deixando claro que há a necessidade de mudar o tratamento que o cavalo recebe, já que cada um deles pode ter uma causa diferente. Confira:

Aerofagia: este vício caracteriza-se pelo ato do animal “engolir ar”, utilizando alguma superfície sólida (porta da baia, cochos, entre outras), ocasionando o desgaste excessivo dos dentes incisivos. É mais comum a ocorrência em animais nervosos e hiperativos.

Andar em círculos: o confinamento é a principal causa desse comportamento. Isso demonstra que o animal precisa de espaço livre para se exercitar e sentir a liberdade que tem por natureza. É indicado deixar que o cavalo tenha seus momentos livres em um piquete.

Bater os pés: esse comportamento pode ser causado pelo confinamento ou a antecipação da alimentação. Esse movimento pode causar desnivelamento do piso da cocheira e até mesmo o desgaste desigual das ferraduras.

Sacudir a cabeça: é normal que o cavalo tenha esse comportamento para espantar insetos, porém se o movimento se tornar repetitivo durante um exercício físico ou trabalho, é importante verificar se não há afecções de ouvido ou da área nasal.

Mastigar madeira: as principais causas são tédio, estresse e deficiência nutricional e pode ocorrer por falta de minerais ou utilização de um único volumoso.

Comer terra ou as próprias fezes (coprofagia): em potros de duas a cinco semanas, a coprofagia pode ser considerada um comportamento normal, já que auxilia na formação da microbiota intestinal. Agora, se ocorrer com animais adultos a situação se torna preocupante, porque pode causar doenças e cólicas. Esse ato é o resultado de uma alimentação com pouco sal ou de um volumoso com baixa qualidade.

Essa deficiência nutricional da falta de sal mineral é considerada grave, já que os minerais exercem várias funções metabólicas no organismo animal. “Por isso, é imprescindível que faça o acompanhamento diário para verificar a quantidade correta de sal ingerida pelo cavalo e avaliar seu estilo de vida, as condições climáticas e os tipos de exercício que executará. Com todos estes dados em mãos, é mais assertivo realizar um programa nutricional”, explica Luzilene Araujo de Souza, técnica de equinos na Guabi Nutrição e Saúde Animal.

AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz

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