Este mês vivenciei dois fatos econômicos, que muito me impactaram.
O primeiro, conheci o projeto Moinho Center JK. Não! Não se trata de mais um empreendimento imobiliário. Fico admirado pela forma como está sendo concebido. Não é apenas por articular Saúde, Educação e Habitação de modo inovador, num imóvel simbólico para Juiz de Fora. É pelo cuidado com que o Marcelo Mendonça, que é daqui, encaixa cada peça do projeto. Dá gosto vê-lo envolver líderes e comunidade num empreendimento que vai gerar riqueza para a nossa região.
O segundo foi o Minas Láctea, o maior evento econômico da cidade, que é feito pelo nosso precioso Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Hotéis lotados, o Brasil mudou para cá. Ana Valentini, Secretária de Estado da Agricultura, visitou a melhor infraestrutura de entrega de soluções para o leite no mundo tropical, que é a Embrapa. Para recebê-la, estavam presentes os principais líderes empreendedores do Brasil lácteo que, acredite, moram aqui! Eles são presidentes das Associações Brasileiras dos Criadores dos gados Gir e Girolando, além de dirigir a Associação Mineira do Holandês. Evandro Guimaraes, que tamb’em ‘e vice-presidente da ABRALEITE, mora em Leopoldina.
Já Odilon de Rezende e Francisco Oliveira, moram em Juiz de Fora. João Lúcio, que mora em Ponte Nova, é dono do Laticínio Porto Alegre e, em Minas, preside o SILEMG, o sindicato dos laticínios, o mais importante do Brasil. Já Tadeu Monteiro e Francisco Frederico, vice-presidentes das Federações da Indústria e da Agricultura de Minas, moram em Juiz de Fora. O empresário rural João Cruz, que é de Muriaé e dirige o Sebrae Minas, participou por meio de um vídeo.
Também estavam presentes Fábio Scarcelli, Nilson Muniz e Guilherme Olinto, respectivamente presidentes da ABIQ, da ABLV e do CONIL, líderes de entidades nacionais, que vieram de São Paulo, por que sabem que a Zona da Mata é o centro do mundo. Sim, somos, no setor de lácteos, que gera R$ 84 bilhões/ano. Já o Jorge Carvalho, que é de Guarani e dono da Vivare, trouxe 76 laticínios de todo o Brasil para nos visitar.
O que buscávamos era mostrar à Secretária de Minas, que a Inteligência do Leite mora aqui. Logo, o futuro do leite passa por aqui. Mas, estes líderes nacionais que moram aqui não existem para quem responde pelo desenvolvimento de Juiz de Fora. A Secretaria municipal desconhece o leite e investe o meu, o seu, o nosso recurso na única proposta que conceberam para desenvolver Juiz de Fora. Samba de uma nota só, jogam todas as fichas no projeto Macaúba, planta que ninguém conhece. Incrível! O futuro de Juiz de Fora e Zona da Mata passa pela macaúba! Afinal, vale o lema: se é daqui, não tem valor!
Por: Paulo do Carmo Martins – Economista pela UFJF, Mestre em Economia Aplicada pela UFV e Doutor em Economia Aplicada pela Esalq/USP. Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, onde se dedica a estudos de eficiência e competitividade do setor lácteo. É o Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite desde 2014. Professor no Mestrado Acadêmico em Administração, no Mestrado Profissional em Administração Pública e no curso de graduação em Administração na UFJF. Professor no Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia em Leite e Derivados da UFJF, Epamig e Embrapa. Membro da Câmara Setorial do Leite e Derivados do MAPA. Foi Secretário Municipal de Agropecuária e Abastecimento e Secretário Municipal de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora, Minas Gerais.