A safra de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, principal região produtora para a indústria exportadora de suco do país, deve cair 25,87% na temporada de 2020/21, estimou nesta quinta-feira a instituição de pesquisa Fundecitrus, com um leve ajuste negativo de 0,36% ante a projeção divulgada em maio.
A produção foi estimada em 286,72 milhões de caixas de 40,8 kg, o que representa uma das quebras mais severas de safra dos últimos dez anos, ressaltou o instituto.
Chuvas ocorreram de maneira distinta em maio e junho entre os municípios produtores, disse o Fundecitrus com base em dados da Somar Meteorologia, e contribuíram para o peso das laranjas precoces.
Já em julho, o tempo seco se instalou em todo o cinturão citrícola e o índice pluviométrico acumulado ao longo do mês ficou abaixo de 10 milímetros em média nas regiões. Em agosto, os dias permaneceram quentes e secos, com exceção de três regiões que tiveram chuvas significativas –Itapetininga, Duartina e Avaré.
“O déficit hídrico na maior parte do cinturão citrícola deve inibir o crescimento das laranjas, que deverão ser colhidas com pesos menores em relação aos projetados. Pelo menos 70% da safra ainda não foi colhida”, afirmou em nota o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safras (PES), Vinícius Trombin.
Ele destacou que, além das chuvas mais escassas em julho e agosto, a previsão, até o momento da publicação da reestimativa, aponta para a inexistência de chuvas com volumes significativos nos próximos 15 dias.
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Considerando todas as variedades da cultura, o tamanho médio projetado em maio de 257 frutos por caixa, que equivale a laranjas com peso médio de 159 gramas, permanece estável na nova estimativa.
Isso porque o ganho de peso das laranjas precoces deverá ser compensado pela redução de peso das demais variedades, afetadas pela estiagem.
“Se esse peso médio for confirmado à medida que a colheita for avançando, as laranjas serão cerca de 6% menores do que as das últimas cinco safras, uma média de 169 gramas”, disse Trombin.
Em agosto, a colheita alcançou cerca de 25% da produção, ritmo abaixo dos 35% registrados na mesma época no ano passado, de acordo com o Fundecitrus.
A projeção da taxa de queda de frutos, em média, subiu de 17% em maio para 17,30%, considerando todas as variedades.
Fonte: Reuters
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz