Já são quase 40 dias sem chuva no norte do Paraná, de acordo com o levantamento do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Soja
As condições climáticas desfavoráveis estão atrasando a semeadura da soja em regiões importantes como o oeste paranaense. O Paraná é o segundo estado brasileiro produtor de soja, atrás apenas de Mato Grosso. Na safra 2016/2017, foram produzidos 19,5 milhões de toneladas do grão em 5,2 milhões de hectares. “Estamos orientando os agricultores a esperarem um volume de chuvas adequado para recompor a reserva hídrica do solo, porque existe um déficit acumulado”, diz o pesquisador da Embrapa Soja, Jose Salvador Foloni.
O plantio da safra 2017/2018 atingiu pouco mais de 1% da área prevista de 5,4 milhões de hectares, segundo dados do Departamento de Economia Rural, vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado. No norte do Paraná, os produtores estão com o calendário de semeadura no prazo, porque a melhor época de plantio se inicia a partir de outubro. Por outro lado, a baixa umidade do solo na região oeste do Estado preocupa os produtores que costumam semear a soja logo após o fim do vazio sanitário, concluído dia 10 de setembro. “Em anos anteriores, até início de outubro, os produtores do oeste já teriam plantado quase a totalidade da área para garantir a realização da segunda safra de milho”, diz o pesquisador Osmar Conte.
O último período com chuvas no norte do Paraná, por exemplo, foi entre os dias 13 e 20 de agosto, quando choveu ao redor de 70 mm. E, antes desse período, já não chovia há mais de 30 dias na região, o que confirma o inverno seco. Mesmo que as previsões de chuva se confirmem para essa última semana de setembro, os pesquisadores da Embrapa orientam os produtores a aguardarem a regularidade das chuvas antes de iniciar a semeadura.
“Os produtores ficam ansiosos para semear assim que vêm a primeira chuva, mas como o solo está muito seco é preciso atenção redobrada na implantação da lavoura”, alerta Foloni. “Se chover pouco, muito provavelmente a umidade não será suficiente para garantir o desenvolvimento adequado das plantas na sua fase inicial, o que pode levar a falhas acentuadas na população de plantas e o comprometimento severo de produtividade. Por isso, o produtor deve aguardar uma quantidade de chuvas adequada para que a reserva hídrica do solo seja recomposta a níveis satisfatórios, e a partir desta segurança, iniciar as operações de semeadura”, orienta o pesquisador.
Fonte: Embrapa