A equipe Hortifruti, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, estima que a safra de verão de 2018 seja promissora para as hortaliças, devido, especialmente, à queda na área
Segundo pesquisadores da revista Hortifruti Brasil, a menor rentabilidade em 2017 das hortaliças inibiu os investimentos em área de batata, tomate de mesa, cebola e cenoura no primeiro quadrimestre – por enquanto, só a alface ainda não tem previsão de redução de área no verão. Essas e outras informações do setor estão disponíveis no Anuário 2017-2018 (edição de dezembro/17) da Revista HF Brasil, que traz a retrospectiva de 2017 e projeções para 2018 para as 13 cadeias acompanhadas pela equipe.
Em relação ao plantio de inverno, ainda para as hortaliças, a equipe da HF Brasil indica que também não deve haver aumento nos investimentos, mesmo com a perspectiva de melhor rentabilidade no verão 2017/18. Produtores devem usar parte dos lucros do verão para saldar dívidas contraídas nas últimas safras, que tiveram baixa rentabilidade.
Quanto às frutas, a previsão da Hortifruti Brasil é de que os investimentos em área para 2018 se mantenham nos patamares de 2017. As exceções, por enquanto, são a previsão de queda (mais uma vez) de área na cultura do mamão, devido à crise hídrica e resultados limitados de 2017, e da manga, que pode incrementar a área. A crise hídrica tem limitado também a área de algumas frutas, mas outras regiões têm compensado essa redução na oferta. A perspectiva é que a possibilidade de La Niña no verão 2017/18 alivie as reservas no Nordeste.
RETROSPECTIVA DE 2017 – A maior oferta de HF’s em 2017 tornou mais evidente o enfraquecimento do consumo do brasileiro, segundo avalia o Anuário 2017-18. Desde o início da crise econômica brasileira, em 2015, em termos de rentabilidade, 2017 foi o pior ano aos produtores de hortaliças. O clima (exceto na região do semiárido) foi mais favorável à oferta das hortaliças (em especial no inverno), e isso gerou excedentes de produção, já que não houve reação da demanda na mesma proporção, mesmo com preços bem mais baixos ao consumidor do que nos anos anteriores (2015 e 2016).
No caso das frutas, a perspectiva mais favorável em termos de receita veio do segmento exportador. Os envios devem fechar com faturamento em dólares superior ao de 2016. O fator limitante na fruticultura exportadora foi o déficit hídrico persistente na região do semiárido, que tem limitado os investimentos e a qualidade da fruta em alguns polos produtores. As frutas pesquisadas pela Hortifruti/Cepea registraram rentabilidade menor que a da temporada anterior.
Por Cepea