A forte demanda das indústrias esmagadoras mantém aquecido o mercado da soja no Brasil, impulsionando as negociações e aumentando os prêmios de exportação da oleaginosa. Este movimento demonstra o interesse consistente do setor industrial pela matéria-prima, que é essencial para a produção de óleo vegetal e farelo, ambos com alta procura no mercado interno e externo.
Nos últimos dias, a pressão compradora por parte das esmagadoras ampliou os preços pagos pela soja no mercado interno. Além do interesse das indústrias, a demanda externa também segue firme, o que reflete o cenário global de atenção à oferta da oleaginosa. Assim, exportadores brasileiros conseguem negociar contratos com prêmios elevados, favorecendo o setor no curto prazo.
Semeadura no sul e colheita no norte freiam a alta
Apesar do bom desempenho nas exportações e do aquecimento nas negociações, o avanço da safra 2024/25 no Brasil e em outros países da América do Sul, combinado com o fim da colheita no Hemisfério Norte, impôs um limite à alta nos preços internos da soja.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 53,3% da área da soja já foi semeada até o início de novembro, superando o ritmo do ano passado, que apresentava uma média de 48,4% na mesma época. Esse avanço indica um ciclo produtivo ativo e reforça a perspectiva de uma oferta futura robusta, um fator que contribui para conter uma disparada nos preços.
A conclusão da colheita nos Estados Unidos e outros países do Hemisfério Norte adiciona um elemento de equilíbrio ao mercado global. Com estoques disponíveis, a pressão de oferta limita as possibilidades de aumento abrupto nos preços internacionais, refletindo-se nas cotações internas brasileiras. Outro fator relevante é a oscilação cambial, com a recente valorização do real frente ao dólar, o que também impacta os preços ao reduzir a competitividade da soja no mercado externo.
Com a demanda firme no radar e a produção em andamento, o setor segue observando as condições climáticas, especialmente nas áreas do Centro-Oeste e Sul do Brasil. A previsão climática influencia diretamente o desenvolvimento das lavouras e, portanto, o potencial produtivo. A ocorrência de chuvas regulares é crucial para que a safra nacional atinja o nível de produtividade esperado.
Além disso, o câmbio continuará a ser um fator de grande impacto nas negociações. Movimentos de valorização ou desvalorização do dólar frente ao real podem alterar a competitividade do grão no cenário internacional, mudando as expectativas de exportação e a dinâmica de preços internos. Em resumo, o mercado da soja no Brasil se mantém aquecido, impulsionado pela demanda industrial e pelos prêmios de exportação, mas com os olhos atentos ao progresso da safra e à volatilidade cambial, que podem redefinir o cenário para o início de 2024.
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