O avanço dos preços da soja fez com que a inflação atacadista acelerasse no Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de maio, informou esta semana a Fundação Getulio Vargas (FGV). Bens intermediários, muitos ligados ao comportamento do câmbio, também pressionaram o resultado. Já os alimentos in natura frearam a alta e impediram que a taxa ganhasse ainda mais força.
Em maio, o IGP-10 subiu 0,60%, contra alta de 0,40% no mês passado. Nesse período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) acelerou de 0,35% para 0,64%.
Segundo a FGV, as matérias-primas brutas ficaram 1,98% mais caras, após avanço de 1,15% em abril. Contribuíram para a aceleração os itens soja (-4,95% para 7,22%), mandioca (aipim) (-14,69% para -9,08%) e algodão em caroço (0,29% para 5,42%). No sentido contrário, destacaram-se os itens minério de ferro (8,90% para 4,59%), aves (2,99% para -2,85%) e laranja (15,33% para 3,25%).
Entre os bens intermediários (-0,73% para -0,11%), três dos cinco subgrupos ganharam força na passagem do mês. O destaque ficou com materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de -1,34% para -0,06%. A FGV diz que este grupo costuma ser afetado pelo comportamento do dólar, que parou de recuar no período da coleta de preços. Além disso, a alta da soja em grão interfere no preço do farelo, que ficou 12,38% mais caro.
O alívio veio apenas dos bens finais, que subiram 0,26% em maio, ante 0,77% em abril. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 5,80% para 2,94%. Só os ovos, segundo a FGV, ficaram 7,54% mais baratos. Apesar disso, a batata-inglesa avançou 40,71%.
O período de coleta de preços do IGP-10 foi de 11 de abril a 10 de maio.
Fonte: O Estadão