Com as possibilidades de um agravamento na guerra comercial entre EUA e China, os preços da soja voltam a trabalhar com baixas intensas na Bolsa de Chicago na manhã desta sexta-feira (23)
Os futuros da oleaginosa perdiam, por volta de 7h50 (horário de Brasília), entre 13 e 16,50 pontos, levando o maio/18 de volta aos US$ 10,13 por bushel. O julho e o agosto já operavam abaixo dos US$ 10,30 e o setembro, dos US$ 10,20.
“Os traders estão muito nervosos diante de qualquer chance de uma efetiva guerra comercial”, disse o analista de mercado da First Choice Commodities, Mike Mawdsley.
As reações entre as cotações da soja são ainda mais intensas, além dos demais produtos, uma vez que a commodity é um dos principais itens da lista de retaliação da China contra os EUA. Entretanto, as especulações sobre a utilização da oleaginosa para retaliar continuam, já que o mercado tem consciência da necessidade da nação asiática de seguir importando algum volume do produto americano diante da força de sua demanda.
“Se a China fosse capaz de comprar tudo do Brasil – o que não seria possível e ainda empurraria outros compradores para os Estados Unidos – e comprar mais 7 ou 8 milhões de toneladas de outra origem sul-americana, ainda assim eles precisariam comprar mais de 20 milhões de toneladas para alcançar sua meta de 100 milhões de toneladas previstas para esta temporada”, diz a Benson Quinn Commodities.
Pressionam as cotações em Chicago ainda as perspectivas de uma área recorde semeada com soja nos Estados Unidos neste ano. Ontem, a consultoria internacional Informa Economics elevou sua projeção para a área americana de 91,197 para 91,5 milhões de acres. A pesquisa da Allendale trouxe, na última semana, mais de 92 milhões.
Na próxima semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu primeiro boletim com projeções oficiais para o plantio da safra 2018/19.
Ainda nesta sexta, atenção aos novos números de vendas para exportação que o USDA divulga em seu reporte semanal. As expectativas do mercado variam de 700 mil a 1,4 milhão de toneladas.
Por Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas