As exportações brasileiras de carne suína in natura recuaram de abril para maio
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em maio, o Brasil embarcou 79,8 mil toneladas da proteína, 2,1% a menos que em abril e ainda 12,7% abaixo da quantidade de maio/21. Apesar desse resultado, os faturamentos em dólar e em Real aumentaram no comparativo mensal. Em maio, o setor faturou US$ 190,8 milhões, montante 5,5% maior que no mês anterior, mas 19,8% a menos que maio/21.
Em moeda nacional, a receita cresceu 9,9% no comparativo mensal, mas caiu 25% no anual. Esse movimento de alta na receita está atrelado ao maior preço pago pela proteína no mercado externo e à elevação da taxa de câmbio. O valor médio pago por tonelada do produto passou de US$ 2.219,10 em abril/22 para US$ 2.391,58 em maio/22, aumento de 7,8% no período. O dólar, por sua vez, passou de R$ 4,75 em abril para R$ 4,95 em maio, valorização de 4,2%.
Como principal destino da carne suína brasileira, as movimentações da China tendem a ditar o ritmo das exportações. De abril para maio, o país asiático diminuiu as compras em 11,7%. Assim, após dois meses de quedas consecutivas, o volume enviado à China somou a menor quantidade desde fevereiro/22, ainda conforme dados da Secex.
De janeiro a maio de 2022, o setor suinícola embarcou 374,6 mil toneladas de carne in natura, queda de 7% frente às 402,8 mil toneladas do mesmo período de 2021. Esse cenário é resultado dos menos envios à China. No acumulado de 2022, foram enviados ao país asiático 137,1 mil toneladas, 40,4% a menos
que no mesmo período do ano passado.
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Relação de troca e insumos
O poder de compra de suinocultores paulistas frente aos principais insumos consumidos na atividade (milho e farelo de soja) aumentou entre abril e maio, que foi o terceiro mês consecutivo de avanço no poder de compra do produtor. Esse cenário foi favorecido pelos aumentos nos preços médios do animal vivo e,
principalmente, pelas desvalorizações dos insumos.
Considerando-se o suíno vivo comercializado na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) e os insumos negociados no mercado de lotes da região de Campinas (SP), o suinocultor conseguiu comprar 4,3 quilos de milho com a venda de um quilo de suíno em maio, 2,5% a
mais que em abril. Em relação ao farelo de soja, foi possível ao produtor a compra de 2,5 quilos do derivado, avanço de 8,9% frente ao volume do mês anterior.
No mercado de milho, de acordo com a Equipe Grãos/Cepea, os preços recuaram em parte das regiões brasileiras, influenciados pela menor demanda. Além de compradores se mostrarem abastecidos e atentos às boas perspectivas quanto à segunda safra brasileira, produtores também tiveram interesse em negociar, seja para “fazer caixa” ou para liberar espaço nos armazéns. Dessa forma, em Campinas (SP), a saca de 60 kg foi negociada em maio na média de R$ 87,36, valor 1,6% inferior ao praticado em abril.
No caso do farelo de soja, ainda de acordo com a Equipe Grãos/Cepea, a oferta do derivado esteve superior à demanda, resultando em baixas nos preços. Grande parte dos suinocultores e avicultores já havia realizado contratos de farelo de soja para recebimento de médio a longo prazo e, por isso, não estiveram
ativos nas aquisições envolvendo grandes quantidades no spot. Assim, o valor do derivado recuou 7,5% na região de Campinas entre abril e maio, com a tonelada do produto sendo negociada à média de R$ 2.447,36 no último mês.
Já para o suíno, na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o animal registrou média de R$ 6,21/kg em maio, alta de 1% em relação a abril. Ressalta-se que, apesar da melhora do poder de compra em maio, agentes do setor se mantiveram bastante apreensivos ao longo do mês. Além dos custos de produção continuarem elevados, o preço do animal caiu expressivamente na segunda quinzena.
Por Cepea
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