Para 2021, o Rabobank projeta crescimento da produção ao redor de 2,5%, puxado pelo cenário de recuperação da demanda interna
O mercado suinícola brasileiro deverá quebrar novos recordes de exportação em 2021. A projeção é do Rabobank, que divulgou nesta quarta-feira (25) o relatório Perspectivas para o agronegócio brasileiro. As exportações serão novamente guiadas pela China, apesar de o país recuperar boa parte do seu rebanho perdido para a peste suína africana.
Siga-nos: Facebook | Instagram | Youtube
O Rabobank cita novos componentes que devem contribuir para o avanço das exportações brasileiras para além da marca de 1 milhão de toneladas embarcadas. A PSA continua sendo elemento chave, uma vez que assola outros países importantes do sudeste asiático, como Vietnã e Filipinas. No entanto, outro ponto importante foi a entrada da doença no território da Alemanha.
Segundo o banco holandês, esse fato levou à suspensão dos embarques para a China, o que desequilibrou os níveis de oferta e demanda no país. Além disso, gerou preocupação com a potencial entrada do vírus em outros países importantes na produção suína, como Holanda, Dinamarca e Espanha. Isso agravaria ainda mais a disponibilidade da proteína suína no mundo.
Diante desse cenário, no próximo ano as exportações para o mercado chinês devem se manter aquecidas, e o Rabobank projeta um novo aumento recorde de 6% no volume embarcado.
Em relação à oferta, de acordo com dados da PTA-IBGE, a produção de carne suína cresceu 8% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, porém, deve finalizar o ano com aumento de 4,5%, afirma o Rabobank. Isso porque os incrementos de produção no ano passado se concentraram no 2° semestre. Para 2021, o Rabobank projeta crescimento da produção ao redor de 2,5%, puxado pelo cenário de recuperação da demanda interna e pela melhora do setor neste ano, que deve estimular investimentos na produção com o intuito de aproveitar o bom momento do mercado internacional.
O cenário de dicotomia entre mercado externo, em alta, e mercado interno em queda, somado aos fortes aumentos de custos da ração e da reposição animal, devem favorecer ainda mais a concentração do mercado tanto dentro como fora da porteira.
O início de 2021 será o primeiro desafio para o setor, com a redução sazonal na demanda para a China em janeiro, somada ao menor consumo doméstico nesse período, pode trazer um cenário de pressão nos preços do atacado/varejo com o próprio mercado testando o poder de compra do consumidor.
Fonte: Acrismat
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz