Mercado de peixes aquecido e com tendência de alta nos preços pago ao produtor
O mercado de pescado no Brasil continua em constante movimento, com tendências notáveis na indústria de tilápia e peixes nativos. No quadro Mercado de Peixes desta semana, o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura, Francisco Medeiros avalia os preços em alta e iniciativas promissoras que podem moldar o futuro do setor. Aperte o Play no vídeo abaixo e confira!
Tilápia: Tendência de alta nos preços
O indicador CEPEA Peixe BR de preços da tilápia desta semana mostrou mais uma vez uma tendência de alta, o que é uma notícia promissora para os produtores. Vamos aos números:
Região dos Grandes Lagos (São Paulo e Mato Grosso do Sul): Um acréscimo de quatro centavos por quilo foi registrado, elevando o preço médio para R$ 9,74 por quilo pago ao produtor.
Região Norte do Paraná (Paraná): Nesta região, houve um aumento de seis centavos, resultando em um preço médio de R$ 9,76 por quilo pago ao produtor.
Região Oeste do Paraná (Paraná): Aqui, o maior aumento foi registrado, com sete centavos adicionados ao preço médio por quilo, que agora é de R$ 9,47.
Minas Gerais (Morada Nova de Minas): Uma elevação de dois centavos por quilo foi observada, resultando em um preço médio de R$ 9,40 pago ao produtor.
Esses números refletem um aquecimento no mercado da tilápia, o que é encorajador para o setor, especialmente em um momento de incertezas econômicas.
Mercado de peixes nativos
O mercado de peixes nativos também continua a mostrar uma tendência de alta nos preços. Recentemente, observamos aumentos nos preços tanto no estado do Mato Grosso quanto em Rondônia. A região do Bico do Papagaio também viu um aumento significativo nos preços, enquanto no estado do Maranhão os preços ainda estão mais baixos.
Essa tendência de alta nos preços dos peixes nativos pode continuar nos próximos meses, devido à reduzida oferta de espécies como o tambaqui e o tambatinga, cujos ciclos de reprodução são mais longos. Isso ressalta a importância de apoiar a produção e consumo de peixes nativos, que desempenham um papel crucial na dieta e economia brasileira.
Análise econômica mensal CEPEA
No mês de agosto, o mercado da tilápia apresentou cenários distintos nas diferentes regiões do Brasil. Enquanto no Paraná e em Minas Gerais houve indícios de recuperação nos preços, na região dos Grandes Lagos, as cotações mantiveram-se em queda, registrando estabilização apenas na última semana do mês.
De acordo com informações de especialistas consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), diversos fatores influenciaram essa dinâmica. O aumento das temperaturas médias em todo o país e a aproximação de campanhas de promoção do consumo de pescados, como a Semana do Pescado, que tradicionalmente ocorre na primeira quinzena de setembro, impulsionaram a demanda da indústria e do varejo por tilápia. Isso se tornou mais evidente na segunda metade de agosto. Além disso, a disponibilidade limitada de tilápias com peso ideal para abate também contribuiu para o aumento dos preços nas regiões Oeste e Norte do Paraná, bem como em Morada Nova de Minas, Minas Gerais. O setor espera que esse ritmo de comercialização intenso se mantenha ao longo do segundo semestre.
Segundo dados do Cepea, na região Norte do Paraná, o preço médio pago ao produtor pela tilápia in natura atingiu R$ 9,61 por quilo em agosto, representando um aumento de 1,16% em comparação com o mês de julho. Nas regiões Oeste do Paraná e em Morada Nova de Minas, o preço médio da tilápia ficou em R$ 9,34 por quilo, refletindo acréscimos de 0,32% e 0,43%, respectivamente, em relação ao mês anterior. Por outro lado, na região dos Grandes Lagos, que abrange o noroeste do estado de São Paulo e a divisa de Mato Grosso do Sul, a cotação média registrou R$ 9,71 por quilo, indicando uma queda de 2,31% na mesma comparação.
Campanha nacional de promoção do pescado
Uma iniciativa importante na semana foi o lançamento de uma Campanha Nacional de Promoção do Consumo de Pescado. Esta campanha envolveu toda a cadeia do governo e tem como objetivo incentivar o consumo de peixes. O setor de pescado desempenha um papel fundamental na economia e na segurança alimentar do Brasil, e essa campanha visa aumentar a conscientização sobre seus benefícios nutricionais e econômicos.
Projetos promissores
Por fim, foram solicitados apoios ao Ministro André de Paula e à Secretária Tereza Nelma para dois projetos importantes no setor. O primeiro projeto visa criar um aplicativo que permitirá a realização rápida de estudos de viabilidade econômica por meio de smartphones. Isso pode simplificar e agilizar processos de tomada de decisão no setor de pescado.
O segundo projeto busca padronizar os cortes de peixes, como tambaqui e tambatinga, em todo o país. Atualmente, cada região tem suas próprias nomenclaturas e métodos de corte, o que pode levar a confusões e dificuldades no mercado. A padronização pode aumentar a eficiência e a qualidade dos produtos, tornando-os mais competitivos no mercado nacional e internacional.
Em resumo, o setor continua desempenhando um papel vital na economia e na dieta do país, e é fundamental apoiar seu crescimento sustentável e sua promoção. Com projetos inovadores e a conscientização do público, o futuro do mercado de pescado no Brasil é promissor.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®