Afirmação do secretário de Defesa Agropecuária, na Câmara Legislativa do DF, foi feita considerando especialmente dimensões continentais do país. Na foto, ministro inaugura exposição sobre trajetória do combate à doença
Integrantes da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participaram nesta terça-feira (3) de sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal em homenagem à Semana “Brasil Livre de Febre Aftosa”. Foram homenageados com moções de honra diretores das secretarias de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério, e da Agricultura do DF (Seagri) e da Emater, ex-diretores de defesa agropecuária do Mapa, representantes de entidades de produtores e criadores.
Segundo o secretário da SDA, Luís Rangel, o trabalho feito para erradicar a febre aftosa no Brasil é um dos mais exitosos do mundo na área de defesa agropecuária, levando em conta as dimensões continentais do país. “A Semana do Brasil Livre de Aftosa é um marco histórico, que envolveu o esforço de muitas pessoas dos serviços veterinários, a colaboração permanente de criadores e a montagem de um plano complexo de combate à doença”, explicou.
“A defesa agropecuária é um desafio em qualquer situação, mas no Brasil é ainda maior pelo grande número de países com os quais temos fronteiras, o vasto território, o número de portos, além de uma infraestrutura de defesa sanitária aquém do que necessitamos”, observou. De acordo com o secretário, “não é trabalho para amadores. O programa de combate à doença teve sucesso porque foi resultante de uma política pública que teve a iniciativa privada como parceira”.
Na luta contra a aftosa, Rangel destacou também o trabalho do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (DFIP) do Ministério, voltado ao controle das vacinas, controle que possibilitou ao país ser livre da doença com vacinação, reconhecimento que deverá ser oficializado pela OIE, no próximo mês. “O Brasil foi um dos poucos países que, além de usar o rifle sanitário (sacrifício) para conter a aftosa, apostou na vacinação maciça de seu rebanho”.
Na avaliação de Rangel, a defesa agropecuária é o melhor investimento para a preservação da agropecuária nacional. “Para se ter ideia, a cada R$ 1 investido na erradicação da aftosa tivemos retorno de R$ 27. Se formos estender o cálculo à peste suína clássica, tuberculose e brucelose bovina, e aos programas de defesa sanitária da SDA, o número atinge R$ 67. Mesmo com os recursos muito aquém do necessário conseguimos feitos incríveis”.
Rangel também destacou a grande importância do trabalho dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) no combate à doença. “Temos certa vaidade de falar sobre eles porque causam uma ‘inveja branca’ de outros órgãos do Governo”. E lembrou que nesta quarta-feira (4), acompanhado da equipe, visitará o Lanagro de Pedro Leopoldo (MG), “o único da América Latina que foi reconhecido pela ONU/FAO na área de Biossegurança e Manutenção de Laboratórios de Alta Contenção Biológica, pela altíssima segurança na manipulação de vírus, inclusive o da varíola”.
A ex-secretária de Defesa Agropecuária do Mapa, única mulher a ocupar o cargo, Tania Lyra, disse que a melhora da qualidade da vacina, os cuidados sanitários adicionais com o trânsito de animais e o aperfeiçoamento dos Serviços Veterinários Oficiais, entre outras medidas, foram fundamentais no combate à aftosa. Tania Lyra lembrou que entre todas as unidades da federação, o Distrito Federal é o que está há mais tempo sem registrar focos de aftosa, 25 anos. A última ocorrência foi em 1992.
Exposição
Foi inaugurada no corredor que liga o prédio principal ao anexo do Mapa, nesta terça-feira, uma exposição com fotos e objetos que remetem ao trabalho desenvolvido pelo ministério no combate à aftosa.
Em seu discurso na inauguração da mostra, o ministro Blairo Maggi agradeceu a todos que lutaram contra a doença no território nacional e disse que foi um trabalho de muitas parcerias, que contou com a participação de produtores, dos serviços de vigilância dos estados, do governo federal e de entidades como a CNA e sindicatos rurais. “É impossível chegar aonde estamos chegando agora sem a participação de entidades privadas como a CNA e outras que asseguraram a eficácia e a continuidade dos programas de combate a aftosa”.