Na avaliação da FecoAgro/RS, alternativas para exportação podem puxar para cima aumento de área nos próximos anos.
Com o plantio na reta final, a cultura do trigo no Rio Grande do Sul tem apresentado bom desenvolvimento. Em áreas plantadas mais cedo, como as de regiões mais quentes, já há aplicação de ureia e nitrogênio, e em outros locais ocorre o preparo para a aplicação de fungicidas. Já nas regiões mais frias, há um processo de emergência normal com chuvas que foram benéficas para a cultura. A avaliação é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).
Para o presidente da entidade, Paulo Pires, o mais importante é que o Rio Grande do Sul plantou a mesma área em relação ao período anterior, com quase 700 mil hectares. Avalia que mesmo pequena, traz a certeza de que o produtor acha fundamental plantar a cultura. “Há uma convicção de que é importante plantar trigo para que haja a questão agronômica, fazendo a cobertura do solo, do fornecimento de palha para o plantio direto, ao mesmo tempo que precisa de uma cultura para ajudar a manter o resultado econômico e manter a propriedade para os custos fixos”, salienta.
Pires observa que existem ensaios de venda para a exportação dentro do quadro que a FecoAgro vem pregando nos últimos anos. “É importante que o Rio Grande do Sul produza o trigo pão para abastecer a indústria local, mas que também se comece a trabalhar com eficiência no trigo para a exportação, pois isso vai melhorar a questão de oferta e demanda dentro do Estado e vai tentar dar liquidez para a safra dos nossos agricultores. O produtor quer colher e ter a capacidade de transformar o resultado do seu produto em dinheiro”, afirma.
Conforme o presidente da FecoAgro/RS, há uma convicção de que a diversificação da cultura com produção voltada para outros mercados não vai trazer prejuízos para a cadeia produtiva. “Pelo contrário, o produtor que vinha diminuindo a área vai começar a acreditar na cultura e podemos ter um aumento de área nos próximos anos e corrigir a distorção de que temos no inverno apenas 10% de área coberta em relação ao verão”, explica.
Sobre preços, Pires reforça que atualmente o trigo no Rio Grande do Sul apresenta valores satisfatórios para o produtor. Entretanto, analisa que existem visões diferenciadas no mercado, onde alguns especialistas acham que o patamar dos preços do trigo pode cair, mas não tanto quanto em outros anos, assim como existem visões de outros analistas que dizem que o cereal cai para valores equiparados para antes do plantio, de R$ 32,00 na pedra para as cooperativas.
De acordo com os resultados do segundo ano da pesquisa de alternativas para o cereal, realizada em conjunto com a Embrapa Trigo, a variação da redução de custos verificada no estudo ficou entre 8,98% e 24,3%. No primeiro ano, a redução máxima foi de 18,7%. O projeto foi desenvolvido em campos experimentais da Coopatrigo, em São Luiz Gonzaga, da Cotricampo, em Campo Novo, da Cotrirosa, de Santa Rosa, e da Cotripal, de Panambi, além de uma área da Embrapa em Coxilha.
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Por Nestor Tipa Júnior – AgroEffective