Tsunami meteorológico não identificado atinge Sul do Brasil

Um vídeo chocante capturou o momento assustador em que um tsunami meteorológico surpreendeu frequentadores da praia do Cardoso em Laguna, no Sul do Brasil, na tarde deste sábado (11). Carros foram arrastados e o pânico tomou conta da região

A Defesa Civil, ao confirmar o ocorrido, destacou que esse tipo de tsunami é incomum e “de difícil previsão“, veja vídeo do momento assustador, aperte o play no vídeo abaixo.

Tsunami meteorológico não identificado

A praia estava repleta de turistas que, em meio ao caos, corriam desesperadamente, enquanto gritos ecoavam. Apesar da intensidade do acontecimento, o Corpo de Bombeiros tranquilizou, afirmando que não houve feridos.

Diferentemente dos tsunamis tradicionais, desencadeados por abalos sísmicos, o tsunami meteorológico é resultado de fatores climáticos. No entanto, isso não o torna menos perigoso. Embora sua ocorrência seja rara, quando acontece, pode causar danos significativos.

Figura 1: Imagem da composição dos radares da DC/SC produto CAPPI (dBZ), às 16:13 hora local.

De acordo com a Coordenadoria de Monitoramento e Alertas da Defesa Civil, o tsunami meteorológico geralmente está associado a sistemas meteorológicos, como linhas de instabilidade. Neste caso específico, foi exatamente isso que aconteceu.

Linhas de instabilidade são formadas por células de tempestades aproximadamente contínuas, dispostas de forma alinhada. Quando passam paralelas à costa, podem gerar mudanças bruscas de pressão atmosférica e rajadas de vento intensas que colaboram para o avanço da água do mar em direção à praia“, explicou o órgão em comunicado.

Comunicado

Na tarde deste sábado, 11, por volta das 16:00, o mar avançou em direção ao continente na praia do Cardoso, no Município de Laguna, Litoral Sul catarinense. Este fenômeno que ocorreu é conhecido como tsunami meteorológico, é de difícil previsão e sua ocorrência não é muito comum de ser observada.

Geralmente ele ocorre atrelado a algum sistema meteorológico como linhas de instabilidade, que foi o que aconteceu. Não havia previsão de mar agitado, nem de alagamentos costeiros em SC, porém, a passagem desta Linha de Instabilidade pelo Litoral Sul provocou o fenômeno de tsunami meteorológico.

As linhas de instabilidade são formadas por células de tempestades aproximadamente contínuas dispostas de forma alinhada. Quando passam paralelas à costa, podem gerar mudanças bruscas de pressão atmosférica e rajadas de vento intensas que colaboram para o avanço da água do mar em direção à praia.

As linhas de instabilidade provocam “pulsos” de pressão atmosférica que se propagam perturbando as águas da plataforma continental, que por sua vez tem velocidade de propagação muito próxima à velocidade de avanço da linha de instabilidade, possibilitando uma ressonância quase perfeita entre a atmosfera e o oceano.

Assim a altura da onda é amplificada e ao se propagar em direção à costa pode se amplificar ainda mais, atingindo alguns metros de altura em um curto período de tempo (minutos), o que provoca uma subida rápida de maré podendo ocasionar ressaca e inundações costeiras.

O alcance da inundação dependerá da inclinação da praia e da presença ou não de dunas. Em praias quase planas e voltadas para o quadrante sul, como o ocorrido em Laguna, a inundação pode alcançar dezenas a centenas de metros nas áreas costeiras.

Alerta para outros eventos

Este episódio ressalta a necessidade contínua de pesquisa e investimento em tecnologias avançadas para melhor compreensão e previsão de fenômenos climáticos extremos. O tsunami meteorológico em Laguna serve como um lembrete impactante de que a natureza, mesmo em suas formas menos previsíveis, pode nos surpreender. Estejamos alertas e preparados para enfrentar os desafios que ela nos apresenta.

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