Hoje o assunto será voltado para os bovinos. Porém, de uma forma não tão legal assim. Sobretudo, iremos lhe mostrar todas as informações que você precisa saber sobre a famosa doença da vaca louca.
Basicamente, o “Mal da Vaca Louca”, ou então Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), é uma doença priônica neurodegenerativa fatal. Ou seja, que afeta a espécie bovina.
De forma geral, essa é uma doença de evolução rápida após o surgimento dos sintomas. Normalmente, estes animais não resistem mais do que seis meses.
Primeiramente, a doença da vaca louca é causada por uma forma de proteína, chamada príon. Basicamente, os príons são menores que um vírus, e não sofrem modificações por calor. Normalmente, os príons são encontrados nas células nervosas de todos os mamíferos. Até porque eles são responsáveis pelo amadurecimento dos neurônios.
Entretanto, eles podem se tornar patogênicas, podendo então causar doenças crônicas e degenerativas do sistema nervoso central. Portanto, a transmissão pode se dar de forma infecciosa ou então hereditária.
Porém, elas não provocam respostas imunitárias ou inflamatórias no indivíduo acometido. Por outro lado, os príons alterados podem ser encontrados por todo o cérebro de animais contaminados pela EEB e humanos infectados.
Ou seja, eles podem causar a morte das células cerebrais. Formando então, buracos no cérebro parecidos com os de uma esponja, se forem observados por um microscópio.
A priori, essa doença surgiu em meados da década de 1980, na Inglaterra. Porém, após 5 anos, em específico abril de 1985, os veterinários começaram a relatar casos de emergência por parte da saúde dos bovinos.
Basicamente, os animais nesse período estavam adoecendo de uma forma fatal. Sobretudo, vacas que contavam mais de 4 ou 5 anos de idade.
De modo geral, elas apresentavam sinais associados a disfunções do Sistema Nervoso Central (SNC). Isso causava ainda mais preocupação, até porque era uma doença ainda desconhecida.
No entanto, a doença foi então descrita em novembro de 1986 por alguns pesquisadores da época. A priori, ocorria cerca de oito casos por mês. Já em 1987, de acordo com Veterinary Record, a revista da associação dos veterinários britânicos; os casos subiram para mais de 70 mensais.
Como é de imaginar, os casos começaram a aumentar ainda mais. E, já no auge da epidemia, em 1992 e 1993, estava ocorrendo mais de 3.500 casos por mês. Após quase 10 anos, em 2003, começou o surto novamente, com a ocorrência de mais ou menos 50 casos por mês. E, em 2004, cerca de 20 casos por mês.
Sobretudo, no início dessa epidemia, a doença da vaca louca, surgia mais em animais adultos, machos ou fêmeas. Porém, os rebanhos bovinos leiteiros eram mais afetados que os rebanhos de corte.
No entanto, ficou constatado que o desenvolvimento da vaca louca estava relacionada com a alimentação dos animais. Os pesquisadores descobriram, basicamente, que a doença está associada ao uso de farinha de carne e ossos, muito usada para complementar rações.
Ou seja, os animais que poderiam ter sido afetados pela doença, no final eram “reciclados”, para fazer mais farinha de carne e ossos. Portanto, o uso dessa farinha permitiu ainda mais o crescimento da epidemia.
Vale ressaltar que, menos de um grama de material do sistema nervoso é suficiente para contaminar um único indivíduo.
Felizmente, em 1988, o governo do Reino Unido criou um projeto no qual proibia o uso de qualquer ruminante nas rações para animais. Sejam eles gado, carneiro ou bode.
Infelizmente, caso consumam a carne de um animal que estava contaminado com a doença, os seres humanos podem ser contaminados também. Porém, desenvolvem uma variante, a qual é denominada de Doença de Creutzfeldt-Jakob, ou então vDCJ.
Basicamente, essa doença é também causada por príons. Seus sintomas, aliás, são bem parecidos com o mal da vaca louca.
O pior é que as doenças priônicas são incuráveis, e o tratamento visa somente retardar e controlar os sintomas. E, geralmente, elas podes levar o indivíduo a óbito em menos de um ano após o surgimento dos sintomas.
E sim, o mal pode ser transmitido de um ser humano para outro. Por exemplo, por meio de transfusões de sangue, contato com instrumentos cirúrgicos contaminados, herança genética e assim por diante. Contudo, felizmente, sua incidência anual é de um caso a cada dois milhões de pessoas.
A priori, no Brasil, o status sanitário para EEB é de risco insignificante, segundo último relatório de maio de 2013. Esse relatório, aliás, é emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Após inúmeros casos antigos, o país desenvolveu um método de prevenção. Resumidamente, é feita uma análise da ração animal que é utilizada para alimentar os rebanhos.
Sem contar que se tornou proibido o uso de proteína animal na fabricação de ração para bovinos. Por isso, o risco de desenvolver a doença se tornou ainda menor. Até porque, atualmente, o rebanho brasileiro, em sua maioria, se alimenta de pastagens.
Além do mais, foi criado um Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB). Basicamente, eles procuram evitar a entrada da doença no país, por meio de um sistema de vigilância para detecção de animais infectados.
Enfim, pode ficar mais aliviado. Aparentemente, estamos seguros.
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Fontes: Brasil Escola, Canal rural
Imagens: Canal rural, Folha de São Paulo, Suprevida, Pleno.news, Notícias ao minuto, Doenças raras doem, Opas, Jornal Grande Bahia