Rebanho de Mato Grosso está estimado em 29,651 milhões de cabeças
Retirada da vacina contra a febre aftosa ocorrerá a partir de 2021 em todo Mato Grosso, segundo cronograma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas a partir de 2019 poderá ser extinta em alguns municípios, como Rondolândia, parte de Colniza e algumas propriedades de Comodoro e Juína que são totalmente dependentes do comércio com Rondônia. A informação foi repassada pela presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Daniella Bueno, durante a 1a reunião do Bloco 5 do Plano Estratégico da Febre Aftosa, realizada em Cuiabá de terça-feira (19) a quinta-feira (21). O Estado integra o bloco 5 do cronograma, junto com Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Daniella ressaltou que a reunião pretende discutir os custos, a sustentabilidade do plano e a mudança de cultura tanto para o produtor, quanto para o serviço oficial de sanidade. “Todos esses estados possuem fronteira internacional e temos que nivelar as ações. Mato Grosso vai ser um pouco retalhado porque faz fronteira com outros blocos, além de fronteira internacional. Identificamos que todo o município de Rondolândia, parte de Colniza e algumas propriedades de Comodoro e Juína são totalmente dependentes do comércio com Rondônia. Por isso vamos fazer uma proposta durante a reunião para que esses municípios façam a retirada da vacina junto com o bloco 1, ano que vem”.
O planejamento de retirada da vacina iniciou há cerca de 8 anos, segundo Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa. Terá 10 anos de duração e será executado de 2017 a 2026.“Não tem como único objetivo retirar a vacina, mas dar sustentação a essa conquista porque pretendemos ter o reconhecimento do Brasil como livre da aftosa sem vacinação em 2023. Mas, o plano vai até 2026, com mais 3 anos de fortalecimento”.
Alexandre Possebon, secretário adjunto de Agricultura Econômica da Sedec, destaca que retirar a vacina atende a um planejamento de expansão de mercado para a carne brasileira e mato-grossense. “Mato Grosso hoje tem o maior rebanho do Brasil e é o maior exportador de carne, mas perdemos, às vezes, US$ 1 mil a US$ 1,5 mil por tonelada em preço para outros países que não têm vacina. Os países travam desculpas e as questões sanitárias entram como barreira comercial”.
Os prejuízos decorrentes da febre aftosa já foram grandes à bovinocultura e precisou reconquistar mercados importantes, contextualiza o vice-presidente da Acrimat, Amarildo Merotti. A retirada da vacina deve criar um novo patamar e abrir novos mercados ainda não conquistados. “O produtor e o Indea fizeram seu papel. E isso que está nos levando a ser livre com vacinação a partir de 2023 e iremos conseguir mercados que tanto desejamos, como o Japão, que paga um valor agregado bom, mas não compra carne onde o gado é vacinado”.
Fonte: Acrimat