Em uma entrevista provocativa, Ilson José Redivo, produtor rural de Sinop e vice-presidente da Famato, defendeu o papel dos produtores rurais na preservação ambiental e deixou repórter sem palavras
“Vocês não entenderam ainda o quanto nós fizemos aqui. O quanto nós fizemos de bem pelo meio ambiente. Enquanto eu tenho mais da metade da minha área sem produzir, pra gerar essa tal, eu pergunto: oque os outros fazem? Eu pergunto o que você faz? Eu devolvo a sua pergunta, qual é a tua contribuição para o meio ambiente?” rebate Ilson.
A região amazônica sempre foi palco de debates acalorados quando o assunto é meio ambiente, sustentabilidade e contribuição para a preservação global. Recentemente, em uma entrevista à equipe de reportagem da TV francesa, Ilson Redivo, trouxe à tona questões provocativas sobre a responsabilidade ambiental não só dos produtores rurais, mas de todos aqueles que defendem a Amazônia. Aperte o play no vídeo abaixo e confira esse momento único.
Vice-presidente da Famato desabafa e deixa repórter de TV Francesa sem palavras
A pergunta inicial direcionada a Ilson buscava entender qual seria a sua contribuição individual para a preservação ambiental, especialmente considerando a região da Amazônia. A provocação apontava para a necessidade de todos assumirem sua parte na preservação, similar ao que é cobrado de países como China e Estados Unidos, como indagou o repórter Francês.
Ilson, porém, não deixou a pergunta passar sem uma resposta à altura. Ele destaca a proporção do que os produtores da região têm feito pelo meio ambiente. Com mais da metade de sua área preservada, Ilson questiona os críticos, perguntando: “Eu pergunto o que os outros fazem? Eu pergunto assim, o que você faz?“, questiona Redivo, devolvendo a pergunta ao entrevistador.
Reflexões sobre o papel de cada um na preservação do meio ambiente
Sem perder a elegância e o tom equilibrado, o vice-presidente da Famato estende seu questionamento para além das fronteiras brasileiras, desafiando não apenas o repórter Francês, mas também ambientalistas e governos europeus. Ele questiona a matriz energética europeia, apontando para a falta de mudanças significativas nesse aspecto. “Por que eles não mudam aquela matriz energética de vocês? Por que não muda a matriz energética da Europa de um modo geral?“, questiona.
Nessas perguntas, Ilson destaca um ponto válido: a necessidade de todos assumirem a responsabilidade. Ele sugere que a cobrança por mudanças não deve recair apenas sobre os produtores, mas também sobre aqueles que, em sua visão, têm um discurso mais robusto do que ações práticas.
Produtores Brasileiros na vanguarda ambiental
Ilson defende veementemente a contribuição dos produtores brasileiros, enfatizando que se todos fizessem o que eles fazem, o mundo seria um lugar diferente. Ele aponta para a não emissão de poluentes, destacando uma prática que, segundo ele, é fundamental para a preservação ambiental. “Se todo mundo fizesse o que os produtores brasileiros fazem, o mundo seria outro, com certeza, porque nós não emitimos poluentes que nem vocês emitem… Então, eu faço minha parte muito bem feita“, desabafa.
Nesse contexto, Ilson também traz à tona uma situação peculiar envolvendo empresas da Noruega na Amazônia. Ele acusa essas empresas de explorarem minério e causarem impactos ambientais sem receberem a mesma atenção e críticas direcionadas aos produtores brasileiros.
Desabafo ou realidade incontestável?
A entrevista d vice-presidente da Famato, Ilson Redivo, além de carregada de verdades, lança um desafio global. Ele levanta questionamentos sobre a efetiva contribuição de diferentes atores para a preservação ambiental, destacando que o discurso precisa ser acompanhado por ações práticas.
A provocação de Ilson pode ser encarada como um desabafo de quem se sente injustiçado pelas críticas constantes à produção agropecuária brasileira. Ao desafiar e ampliar o questionamento para outros setores, ele coloca em pauta a necessidade de uma abordagem mais equilibrada e justa quando se trata de preservação ambiental.
Em última análise, as palavras de Ilson Redivo não podem ser ignoradas. Elas trazem à tona a complexidade da relação entre produção agropecuária e preservação ambiental, exigindo uma análise cuidadosa e ações concretas de todos os envolvidos.
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