O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), foi recebido com vaias pelos produtores rurais nesta sexta-feira (15), durante o evento que marca o fim da colheita da soja, em Sorriso.
O evento contou com a participação do Vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, que chegou ao município em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), e também do CEO do grupo Havan, Luciano Hang.
Segundo o agricultor Arlei Locatelli, a vaia se deve à contrariedade do setor com a aprovação da segunda edição do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que estima aumentar em 30% do valor arrecadado, que corresponde a um acréscimo de R$ 450 milhões.
“Os agricultores queriam tirar esse imposto e ele (governador), em vez de fazer isso, aumentou o valor. O custo da produção está muito cara e agora, ele lançando mais esse imposto, fica quase inviável produzir“, reclamou.
Já o Governador de MT aproveitou o evento para destacar que o novo Fethab proporcionará maior investimento em infraestrutura no Estado.
Segundo ele, somente este ano, 40% do fundo, que significam R$ 600 milhões, serão destinados exclusivamente para a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra).
“O agronegócio terá o maior retorno em infraestrutura na história de Mato Grosso. Ano passado, o agro recolheu R$ 900 milhões para o Fethab e menos de 20% desses valores foram enviados para a Sinfra, para a manutenção de estradas e melhoria da logística. Com a nova lei, este ano serão 40%, depois 50%, até chegar a 60%, nos próximos anos, dos recursos do fundo diretamente para a Sinfra”, explicou o governador.
De acordo com Mendes, a reedição do Fethab faz parte das medidas tomadas para buscar o reestabelecimento do equilíbrio financeiro de Mato Grosso, uma vez que recebeu o Estado com dívidas de restos a pagar na ordem de R$ 3,9 bilhões.
“Em janeiro, o Estado arrecadou R$ 1,3 bilhão e ficamos devendo R$ 168 milhões só em relação às contas de janeiro. Tomei medidas duras para consertar esse Estado, pois não vai ser com medidas populistas ou com medidas não muito bem pensadas que vamos recuperá-lo. Quero entregar um Mato Grosso melhor e mais organizado daqui quatro anos”, justifica.
Fonte: G1, com edições AGRONEWS BRASIL