Reunimos neste artigo algumas curiosidades interessantes sobre o agro brasileiro que você talvez não saiba ainda, mas que a partir de agora vai ficar sabendo.
Agro brasileiro – Gigante pela própria natureza
O agro é um tema que mexe com os cenários político e social brasileiro. Por isso, está sempre em pauta, com discussões acaloradas, tanto daqueles que elogiam quando dos que criticam.
Mas será que você conhece os temas importantes do setor e consegue participar dessas discussões em alto nível? Para te ajudar, selecionamos alguns fatos sobre o agronegócio que todo mundo deveria saber! Alguns são curiosos, outros impressionam pela grandeza dos números. Porém, todos interessam para a população em geral. Acompanhe!
1 – Somos poucos. Mas somos grandes!
O Brasil tem uma população de 220 milhões de habitantes e apenas 5 milhões são produtores rurais. Isso representa apenas 2,5% da população.
Parece pouco, mas basta analisar alguns números para perceber o quão eficiente é o homem do campo. Estes 2,5% são responsáveis por 37% dos empregos gerados no País.
Em 2021, o setor foi responsável quase 27% do PIB nacional. Ou seja: mais de um quarto de toda a riqueza gerada no Brasil veio do agro.
Como se não bastasse, o setor fechou o ano passado como responsável por praticamente metade de tudo o que o Brasil exportou, literalmente “salvando a lavoura” da nossa balança comercial, em meio à maior crise econômica da história moderna da humanidade.
E qual a expectativa para 2021? Bater o recorde no Valor Bruto de Produção (VBP), que pela primeira vez deve ultrapassar a marca de R$ 1 trilhão. O VBP é o valor de tudo aquilo que será produzido no campo.
Se estes números te impressionam e você acha que agricultura e pecuária são apenas para os “muito ricos”, saiba que 85% dos estabelecimentos agrícolas brasileiros são destinados à agricultura familiar.
Para que um grupo que representa apenas 2,5% da população consiga números tão expressivos, só existe uma explicação: o agronegócio é a grande vocação do Brasil.
2 – Temos mais bois do que gente neste país
Existem cerca de 250 milhões de bois e vacas nos pastos brasileiros. Já a nossa população é de cerca de 214 milhões de habitantes, segundo o IBGE.
Os dados apontam para uma concentração da população em grandes cidades. São 17 municípios com mais de 1 milhão de habitantes (14 deles são capitais). Esse grupo concentra 21,9% da população ou 46,7 milhões de pessoas. Outros 49 têm mais de 500 mil moradores e 326 possuem mais de 100 mil pessoas.
O município de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,4 milhões de habitantes, seguido por Rio de Janeiro (6,8 milhões), Brasília (3,1 milhões), Salvador (2,9 milhões) e Fortaleza (2,7 milhões).
O fato, é que temos o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, atrás apenas da Índia, com pouco mais de 300 milhões de animais. Mas como por lá a vaca é sagrada, o Brasil ocupa a primeira posição no ranking de rebanho comercial. Em segundo vem os Estados Unidos, com 94 milhões de cabeças.
Apesar de termos um rebanho quase 2,5 vezes maior que o americano, ficamos com a segunda posição em volume de carne produzida. Enquanto os gringos produzem 12.515.000 toneladas/ano, a pecuária brasileira entrega 10.310.000 toneladas/ano.
A diferença na produção é explicada pela utilização maciça de raças taurinas, bem adaptadas ao clima e pastagem americanos. Aqui no Brasil, cerca de 80% do rebanho é Zebu, com raças adaptadas à nossa pastagem e ao clima tropical, com destaque para sua rusticidade.
Em terceiro lugar, no ranking de produção, vem a União Europeia, com um total de 7.800.000 toneladas/ano.
E ainda temos mais um título para comemorar: o Brasil é o maior exportador global da proteína vermelha. Cerca de 25% de toda carne produzia no País tem como destino o mercado externo.
Mesmo assim, nós ainda importamos carne nobre para atender o exigente (e crescente) mercado interno. Estima-se que apenas 2% de toda a carne produzida no Brasil se enquadre ne categoria premium: cerca de 200 mil toneladas. Em 2020, nós importamos 50,8 mil toneladas de carne premium.
Isso mostra o quanto a pecuária brasileira ainda é rica em oportunidades!
3 – Somos o maior do mundo em produção de laranjas, você sabia?
Nas conversas sobre o agronegócio todo mundo se lembra que o Brasil disputa a liderança mundial de produção em algumas importes comodities, como: carnes, milho, soja e café.
Porém, poucos sabem que o País é o maior produtor de laranja do mundo! E para conseguir esse feito, nem precisaríamos somar toda a produção da fruta no Brasil. O estado de São Paulo, sozinho, já nos daria o título de maior produtor mundial, sendo responsável por quase 80% da produção brasileira e 28% da produção mundial.
Segundo relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de laranja brasileira, na temporada 20/21, deve chegar a quase 17 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 14% em relação ao período anterior.
Ainda de acordo com este relatório, a produção de suco de laranja brasileiro deve chegar a 1,2 milhão de toneladas ao final da safra deste ano. É um aumento significativo de 20%, em relação ao ciclo anterior.
Isso vai nos manter na posição de maior exportador mundial de suco de laranja, representando quase três quartos das exportações globais.
4 – A demanda nos fez mais produtivos
Dados históricos do Brasil entre as décadas de 1950 e 1960 mostram que a população sofria com escassez, tanto no campo quanto na cidade. Famílias migraram da região Norte para a região Sul em busca de melhores condições; com isso, a superpopulação se iniciou no Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No entanto, a necessidade e os investimentos feitos resultaram na crescente produtividade da agricultura familiar e corporativa em todo o Brasil, mas principalmente no Centro-Oeste e no Sudeste.
Um dado intrigante é que entre 1975 e 2017 a produção de grãos subiu o equivalente a 6,2%: de 38 milhões de toneladas para 236 milhões.
5 – A carne sempre esteve presente
A agricultura era o principal; entretanto, em meados da década de 1950 a pecuária foi apresentada ao mercado, em razão da industrialização de praticamente tudo.
A carne de frango, por exemplo, subiu consideravelmente — de 217 mil toneladas em 1970 para 12,9 milhões de toneladas em 2016 —, tornando o Brasil o maior exportador desse alimento no mundo.
6 – A primeira escola para agrônomos no Brasil surgiu no Império
A primeira escola para agrônomos no Brasil foi criada na época do Império, em 1875. Porém, a profissão de engenharia de agronomia só foi reconhecida em 1933.
A ciência agronômica surgiu no Brasil, na segunda metade do século XIX, resultante da gradativa extinção da escravidão, do declínio da cana-de-açúcar no nordeste e da pecuária no sul. A aristocracia agrária em processo de decadência, no nordeste devido ao deslocamento do eixo econômico do país para o sudeste, com a lavoura do café, pressionava continuamente o governo imperial, na busca de uma solução para o problema de mão-de-obra, comércio e competitividade de seus produtos agrícolas.
Desta situação, nasceu em 1859 o Imperial Instituto Baiano de Agricultura, com o objetivo de desenvolver uma tecnologia capaz de substituir a mão-de-obra escrava e melhorar a produção das lavouras. No ano de 1875, também na Bahia, foi fundada a primeira escola de Agronomia no Brasil, na comunidade de São Bento das Lages. Esse curso está hoje integrado a Universidade Federal da Bahia, no campus de Cruz das Almas, no interior do estado. A segunda escola foi criada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no ano de 1883. Hoje, é parte integrante da Universidade Federal de Pelotas.
As duas primeiras escolas de Agronomia no Brasil foram criadas, portanto, ainda no governo imperial, vinculadas aos interesses da aristocracia.
7 – Café é um dos principais produtos do agro paulista e brasileiro
Entre de 35% e 40% do café consumido no mundo são produzidos no Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo que em 2020 o país deve ter safra recorde, de 70 milhões de sacas, aproximadamente. Na B3, o café é um dos contratos futuros mais comercializados diariamente. Em São Paulo, o café ocupa o quinto lugar no valor da produção agropecuária do Estado e em seu porto de Santos há o embarque de 80% do café exportado.
8 – A soja é a joia do Brasil
Diferentemente do que se pensa, a produção de soja brasileira cresceu em virtude da expansão do consumo de carne. Isso mesmo: quanto mais gado se cria, mais alimento para o gado é necessário.
O Brasil também está entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Em 2020, o país teve como carros-chefes os cultivos de carne, soja, milho, algodão e produtos florestais.
Atualmente, o Brasil é, de acordo com a Embrapa, o maior produtor mundial de açúcar e café, o maior exportador de milho e o maior produtor de soja do mundo, responsável por 50% do mercado mundial desse grão.
Além disso, o país é o 4º maior produtor de grãos, com 7,8% da produção global, situado atrás de EUA, China e Índia.
E os números das lavouras brasileiras impressionam. A produção nacional alimenta nada menos do que 10% da população do mundo, tendo a sua participação no mercado mundial saltado de US$ 20,6 bilhões para mais de US$ 101 bilhões na última década.
Uma boa notícia é que esses números tendem a continuar em alta. O estudo “Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/2019 a 2028/2029” prevê que a área plantada tenha aumento de 75,4 milhões de ha para 85,68 milhões, crescimento de 13,63% até o final desta década.
9 – Clima do Brasil é favorável à agricultura
Até nisso somos privilegiados. As condições climáticas do Brasil foram decisivas para estabelecer culturas tropicais e a criação de animais, visto que as temperaturas são mais quentes durante o ano todo, na maior parte do território brasileiro.
10 – O Agro brasileiro está presente em todos os setores da economia
Devido a sua complexidade e diversas cadeias produtivas envolvidas, podemos dizer que o agronegócio abrange os três setores da economia: primário, secundário e terciário.
O primário está relacionado à produção rural, tanto agrícola quanto na pecuária. O segundo setor está ligado às agroindústrias, grandes fazendas que plantam e processam a matéria-prima em escala industrial, como as grandes fazendas produtoras de laranja que já produzem o suco engarrafado, pronto para ser vendido/consumido.
Daí chegamos ao terceiro setor, o de comércio. A distribuição e venda dos produtos rurais movimentam bilhões pelo mundo, tornando a atividade altamente lucrativa e sofisticada devido ao grau de complexidade dos três setores.
Você sabia estas coisas sobre o agro brasileiro? Se conhece alguma curiosidade interessante sobre o setor e gostaria de compartilhar, por gentileza escreva nos comentários.
*Com informações do Jornal Cruzeiro
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