Um simples olhar ao gráfico abaixo, à esquerda (preço médio em 13 meses), é suficiente para demonstrar que nos últimos dez meses o frango vivo comercializado no interior paulista apresentou um grau de estabilidade nunca antes observado no setor. Aliás, nem mesmo a alta valorização das carnes e do boi e suíno vivos alterou o lento caminhar do frango abatido nos meses finais de 2019, situação que hoje se contrapõe ao contínuo aumento dos custos de produção
Porém, no momento, o pior é constatar que o mercado – sobretudo o paulista – se encontra semiparalisado, pois são poucos os compradores interessados no produto. Com isso, até mesmo a cotação média apontada para o mês de março – R$3,25/kg, valor menos de 1% superior aos registrados no mês anterior e no mesmo mês de 2019 – se torna fictícia. Pois o produto sem programação prévia foi e continua sujeito a descontos sobre o preço de referência.
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Não é uma situação nova, como o AviSite já observou em vezes anteriores. Pois os abatedouros paulistas atingiram tal grau de suficiência na produção própria de frangos que já não necessitam ir ao mercado “spot” com grande frequência. Uma questão que se agrava quando nem mesmo o frango abatido propicia o retorno esperado. Pois, então, parte da criação desses abatedouros é direcionada para o mercado de aves vivas, engrossando ainda mais as disponibilidades desse segmento.
O curioso é que os mesmos fatores favorecedores do mercado de ovos neste instante – Quaresma e quarentena – jogam contra o mercado do frango, vivo ou abatido. A Quaresma é, tradicionalmente, período de baixo consumo de carnes, inclusive a de frango. E a quarentena imposta pela Covid-19 – que, num primeiro instante, gerou grande demanda pelo frango abatido – agora encontra consumidores estocados e, o que é mais preocupante, com poder aquisitivo menor e sem perspectivas de reposição nos próximos meses.
Transcorridos os três primeiros meses de 2020, o frango vivo alcança preço médio de R$3,22/kg, valor quase 8% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, mas cerca de 2% menor que a média do ano (R$3,28/kg, pelo valor deflacionado).
No entanto, ao contrário do registrado em 2019 – quando o melhor desempenho foi registrado exatamente no segundo trimestre – permanecem mínimas as chances de alcançar-se, pelo menos, a cotação média do trimestre que acaba de ficar para trás.
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz
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Por Avisite