Forte crescimento do setor também aquece a necessidade de acesso rápido ao capital. Entre outros desafios, agro demanda prazo diferenciado para o pagamento, já que produtores precisam do capital para iniciar as operações, mas os primeiros retornos ocorrem só em alguns meses
Mesmo com o cenário de pandemia, alguns setores seguem aquecidos. É o caso do agronegócio, que tem perspectiva de crescimento do valor da produção agropecuária de 10% em 2020, de acordo com o Ministério da Agricultura. Para aproveitar o bom momento e seguir em expansão, empresas do setor seguem na busca por linhas de crédito. De acordo com o Banco Central, de julho a setembro, houve um aumento de 28% de empréstimos ao setor em relação ao mesmo período em 2019.
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Nesse cenário, a Ulend, plataforma de empréstimos de pessoas para empresas (P2P lending), também registrou aumento no número de solicitações de empréstimos para o setor agropecuário. Em 2020, o crescimento total de solicitações foi de 194% em relação ao ano passado. Se comparado ao volume financeiro, o crescimento foi de 244%, no mesmo período. Isso ocorre porque, com o aquecimento do setor, as empresas precisam fazer mais contratações, adquirir equipamentos e obter insumos para aproveitar as safras do período.
O aumento no número de solicitações para a fintech ocorre também por conta da forma com que a startup oferta os empréstimos para o setor. Entendendo como o mercado está aquecido e há a necessidade de acesso ao capital, a Ulend desenhou produtos de crédito especificamente para o agro, o que ajuda o produtor rural a obter mais liquidez. “Nós ofertamos operações bullet, que casam com a safra do produtor, que precisa muitas vezes de um prazo diferenciado para o pagamento. Muitas vezes, o produtor precisa do capital para iniciar as operações, mas os primeiros retornos ocorrem dali meses”, diz Gabriel Nascimento, CEO da Ulend.
Chegar no produto ideal para o produtor rural não foi fácil. Foi preciso criar uma linha de crédito desburocratizada e com opções de carência de pagamento de parcelas. Desta forma, o agricultor consegue casar o pagamento das parcelas com a safra. Além disso, o tomador do crédito não precisa adquirir outros produtos bancários como contrapartida do crédito, como seguros ou consórcio e as taxas de juros são menores que as dos bancos.
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Somado o aquecimento do setor com os produtos ofertados pela fintech, a Ulend registrou alta nas solicitações em todos os segmentos do setor agro. O comércio de produtos agrícolas, insumos e maquinários, foi o que mais cresceu, com alta de 239% no valor de solicitações e 204% na quantidade de pedidos. Já o setor de agropecuária direta, que envolve agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve aumento de 174% no valor e 111% no número de solicitações.
Atrativo para o investidor
De acordo com Gabriel o interesse dos investidores no agronegócio foi um dos motivos do aumento na quantidade de empresas que tiveram empréstimo liberado. “A procura por este tipo de ativo foi muito grande por parte dos investidores. Com a taxa Selic em 2%, o investidor que quiser obter algum tipo de retorno precisa buscar investimentos alternativos e, nesse contexto, os empréstimos para empresas de agronegócio de fato são um bom negócio”, finaliza.
Mas o agro não é o único setor que a Ulend oferece crédito. Desde 2019, a Ulend já financiou mais de R$28 milhões, em uma base de mais de 7 mil usuários cadastrados. Um dos maiores atrativos para os investidores da plataforma, que vem crescendo mês a mês, são as operações de crédito com garantias reais, como aplicação financeira sob custódia da fintech ou recebíveis, por exemplo. Entre os produtos mais buscados estão os com garantia baseadas em imóvel e com garantia de recebíveis.
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz