Em Mato Grosso, 68,1% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, segundo Pesquisa CNT de Rodovias 2019, são necessárias ações emergenciais de manutenção e de reconstrução, com o investimentos de R$ 1,32 bilhão para recuperação.
Dados como estes estão entre os 10 principais fatos revelados pela 23ª edição da “Pesquisa CNT de Rodovias 2019”, divulgada ontem (22), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o Sest-Senat. No Estado, por uma extensão de 5.474 quilômetros analisados foram identificados sete trechos com buracos grandes. E, para recuperar com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, o investimento necessário é da ordem de R$ 1,32 bilhão.
O estudo avaliou toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados, com resultados ou classificação para o estado geral, pavimento, sinalização e para a geometria da via. Em nível nacional, a pesquisa revelou que a qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano. Em todo país, um total de 108.863 quilômetros de rodovias foram avaliados pela CNT. Desse total, 64.198 quilômetros (59,0%) apresentam algum tipo de problema no estado geral, sendo classificados como regulares 37.628 quilômetros, ruins 19.039 quilômetros e péssimos 7.531 km. Para a avaliação do estado geral, é feita a análise conjunta das características do pavimento da sinalização e da geometria da via. Em 2018, o percentual neste quesito foi 57%.
No Estado, dos mais de 5,4 mil quilômetros analisados, 50,4% (2.759km) foram considerados regulares quanto ao estado geral. Já 437km como ótimos (8%); 1.308km como bons (23,9%); 548km ruins (10%); e 422km péssimos (7,7%). Em relação à sinalização, 2.795 quilômetros foram classificados bons (51,1%); 1.030km regulares (18,8%); 867km como ótimos (15,8%) e, o restante, 782km entre ruim e péssimo. “A faixa central é inexistente em 11,5% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 14,3%”, aponta o relatório.
Quanto ao pavimento das vias que cortam o território mato-grossense, 52,25% (2.858km) foram apontados como regulares e 28,8% (1.558km) como ótimo. Apenas, 5,2% (286km) como péssimo. “O pavimento apresenta problemas em 67,3% da extensão avaliada. 32,7% têm condição satisfatória. Em 0,5%, o pavimento está totalmente destruído”, revela o estudo. “As condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 33,5%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”, acrescentou.
Outro destaque fica por conta da geometria das vias já que 67,4% são tidas como ruim (2.120 quilômetros) e péssimas (1.569km). Outros 603km como regulares, 1.109km bons e, apenas 73km ótimos. “As pistas simples predominam em 92,0%. Falta acostamento em 66,2% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 55,9% não há acostamento nem defensa”.
O presidente da CNT, Vander Costa, destacou a importância do investimento para que seja possível manter e expandir a malha rodoviária brasileira, garantindo a qualidade do tráfego de veículos. “É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível”, afirmou por meio da assessoria de imprensa.
Segundo Vander Costa, “a priorização do setor nas políticas públicas e a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas rodovias e aumentar a segurança no transporte”. “Rodovias de baixa qualidade aumentam o risco de acidentes e demandam altos investimentos imediatos seja para manutenção e restauração, seja, em casos mais críticos, para a reconstrução. A cada ano, a pesquisa ‘CNT de Rodovias’ vem apontando problemas de qualidade nas rodovias brasileiras e, devido à falta de investimentos, não são percebidas melhoras ao longo dos anos”, reforça o relatório.
O Plano CNT de Transporte e Logística 2018 estima que seja necessário um investimento no valor de R$ 496,1 bilhões em 981 projetos para a infraestrutura rodoviária, incluindo intervenções de construção, pavimentação, duplicação, recuperação e demais adequações. No Estado, a CNT aponta ser necessário R$ 1,32 bilhão para recuperar as rodovias com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução.
Para este ano, do total de recursos (R$ 425,78 milhões) autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Estado, foram investidos R$ 358,22 milhões até setembro (84,1%). Em contrapartida, o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 372,57 milhões, em 2018. “No mesmo período, o governo gastou R$ 637,58 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte”, aponta o estudo.
Outro ponto principal refere-se ao meio ambiente. Conforme a CNT, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 60,5 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. “Esse desperdício custará R$ 214,15 milhões aos transportadores”. “A falta de investimentos implica piores condições das rodovias, o que, combinada ao crescente volume de tráfego, favorece o aumento do número de acidentes, com impactos preocupantes para a sociedade e para o poder público”, frisa a CNT.
Leia na íntegra a Pesquisa CNT de Rodovias 2019
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Fonte: Diário de Cuiabá, com edições AGRONEWS BRASIL