Ministro das Relações Exteriores voltou a dizer que o aquecimento global não é relevante e ainda afirmou que o papel do agronegócio no desmatamento da Amazônia é manipulação política
Em sessão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (29), o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, voltou a desqualificar a tese do aquecimento global e minimizou o papel do agronegócio no desmatamento da Amazônia.
Citando “pesquisas científicas minoritárias”, o chanceler disse que não se pode colocar a emissão de CO2 como causa principal da mudança de temperatura e questionou a tese do aquecimento global. “O que há são pequenas mudanças locais em várias partes do globo”. A declaração veio em resposta ao questionamento do deputado Marcon (PT-RS) sobre afirmações anteriores de Araújo de que o aquecimento seria uma balela.
O deputado federal Jorge Sola (PT-BA) divulgou um trecho da fala do ministro e criticou: “Ernesto Araújo argumenta que não existe aquecimento global, mas sim aquecimento local em milhares de termômetros espalhados pelo mundo de forma coincidente, mas que não trazem relação entre si. Esse é o império da ignorância premiada, é nosso chanceler!”
Araújo ainda questionou a tese de que o desmatamento contribuiria para a mudança climática e descartou a relevância do avanço do agronegócio em regiões protegidas na Amazônia, dizendo que se trata apenas de contrapropaganda. “O que acontece, nesse contexto, é a manipulação política do alarme global com a temperatura. A gente não está desmatando a Amazônia para plantar soja, mas se cria uma imagem negativa da agricultura brasileira”, afirmou.
Segundo especialistas, a criação de gado e a produção de soja são as principais causas do desmatamento na região. Em 2018, o então ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, divulgou um estudo mostrando que o plantio do grão atingiu seu maior número nos últimos cinco anos.
Por Lucas Rocha/ Revista Fórum