Após a retirada da vacinação contra a aftosa, as campanhas no Estado passarão a ser de atualização de estoques, e não mais de imunização do rebanho.
Após a retirada da vacinação contra a febre aftosa no rebanho de Mato Grosso, prevista para começar no ano que vem e prosseguir até 2021, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) pretende realizar campanhas de “atualização de estoques” do rebanho entre os pecuaristas. Atualmente, é por meio da declaração de vacinação, entregue pelos criadores a órgãos oficiais, que os governos estaduais e federal conseguem projetar o tamanho dos rebanhos. Sem a campanha da aftosa, a coleta de dados ficaria dificultada.
“Fizemos uma atualização da legislação sanitária. Editamos um decreto em 2017 prevendo que, a partir do momento da retirada da vacinação, as campanhas passarão a ser de ‘atualização de estoques’, e não mais de imunização do rebanho (como ocorre agora)”, disse a presidente do Indea-MT, Daniella Bueno. Ela explica que produtores terão de comparecer aos escritórios do Indea duas vezes ao ano, para declarar seu rebanho, por quantidade e sexo. O instituto vai fiscalizar essas declarações por amostragem, da mesma forma como é feito hoje nas campanhas de vacinação. Mato Grosso faz parte do Bloco 5 – o último – do plano de retirada da vacinação e o fim da aplicação está previsto para junho 2021. O Brasil espera ter reconhecimento de livre sem vacinação em 2023.
Em 2017, os abates em Mato Grosso cresceram cerca de 5%, para 4,6 milhões de cabeças. “Tivemos uma recuperação bem nítida no segundo semestre. O mercado primeiro se retraiu com o anúncio da Carne Fraca, mas depois ficou claro que a questão não era sanitária, provamos que a sanidade do rebanho continuava intacta”, diz. Daniella Bueno evita fazer projeções sobre este ano, mas afirma que a perspectiva para 2018 é de crescimento do rebanho estadual, em razão do menor abate de fêmeas no ano passado.
O Brasil deve ser reconhecido país livre de aftosa com vacinação no próximo dia 20 de maio, durante a Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A partir daí, o governo deve dar sequência ao plano de retirada total da vacina, com o objetivo de ampliar mercados internacionais para a carne bovina brasileira.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO