A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) atualizou ontem os impactos da greve dos caminhoneiros sobre a avicultura nacional. De acordo com a entidade, cerca de 70 milhões de aves morreram desde o início da greve, há oito dias. Até anteontem esse número era de 64 milhões
É importante ponderar que esse número de aves mortas é composto, especialmente, por pintinhos que foram sacrificados ao nascer. A menor parcela é de aves adultas.
No Brasil, um frango é engordado por cerca de 45 dias até ser enviado aos abatedouros. O plantel de aves no país é da ordem de 1 bilhão de aves. As aves que morreram representam 7% do plantel.
Aos poucos, as grandes indústrias — BRF, Seara e Aurora — também são afetadas de forma mais severa pela falta de ração.
Inicialmente, a escassez de ração atingia principalmente as indústrias de pequeno e médio porte. Nas maiores empresas do setor, a política de redução de danos, com o racionamento de ração para os animais, vinha atuando a crise.
Ontem, pela primeira vez faltou ração em algumas granjas de produtores integrados dessas grandes empresas, afirmou ao Valor uma fonte. “Desde hoje temos lotes de frango completamente sem ração”, disse um executivo.
De acordo com ele, a porção Sul de Minas Gerais, o norte do Paraná e o Rio Grande do Sul como um todo são as regiões de atuação do segmento de carne de frango e suína mais afetados pela greve dos caminhoneiros.