Levantamento da Abras foi realizado em 2.335 estabelecimentos em todo o País.
Três bilhões e novecentos milhões de reais, em frutas, legumes, verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue, é o valor do desperdício de supermercados brasileiros no ano passado, de acordo com dados divulgados ontem (15) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a 2016, o montante sofreu uma queda de R$ 54,2 milhões.
O levantamento foi realizado em 2.335 supermercados do País. Para Márcio Milan, superintendente da Abras, sensibilizar o setor supermercadista para o desperdício é mais importante do que considerar as perdas financeiras. “Temos que discutir com todo o setor produtivo. Juntos somos capazes de resolver isso”, disse.
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que recebe produtos de 1,5 mil municípios brasileiros e de 14 países e comercializa de 10 a 12 mil toneladas diariamente, as perdas diárias são estimadas em 1,3%.
Causas
Para a Ceagesp, os principais problemas desta perda são danos mecânicos na colheita e na pós-colheita, além da diferença de temperatura a que o produto é submetido entre a colheita, embalagem e transporte até chegar ao destino final.
O diretor da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Cornacchioni, também destacou que metade das perdas do setor ocorre durante a logística – armazenagem, circulação e distribuição. Por isso, a importância da comercialização com menos intermediários do campo aos supermercados, que permite melhores ganhos para o produtor e preços mais baixos para o consumidor.