A esta altura de 2018, apenas os cortes de frango têm alguma possibilidade de encerrar o exercício com volume maior que o de 2017, ainda assim com diferença mínima. Pois, considerados os embarques efetivados entre janeiro e novembro apresentam queda de volume inferior a meio por cento. Assim, por exemplo, se em dezembro mantiverem a média dos 11 meses anteriores (pouco mais de 276 mil toneladas mensais), alcançam no ano variação positiva de 0,45%.
Já os outros três itens exportados não apresentam a mínima chance de reversão, visto que até aqui o volume de frango inteiro exportado é 13% menor que o do mesmo período de 2017, enquanto entre industrializados e carne salgada os recuos superam os 30%.
Menos mal que os cortes representem mais de dois terços (67%) do volume embarcado. Pois, dessa forma, o recuo acumulado pelos quatro itens é minimizado, não chegando a 6,5%.
No tocante aos preços médios alcançados no ano, a surpresa é constatar que industrializados e cortes vêm obtendo remuneração superior à de 2017, com incrementos de, respectivamente, 5,24% e 17,47%. Mas como respondem por menos de 5% do volume, não influenciam o preço médio global, até aqui quase 5% inferior ao do ano passado.
Tudo isso se reflete, claro, na receita cambial. Que, mesmo entre os cortes (onde o volume tende a uma reversão positiva no final do ano), sinaliza recuo de quase 6%. E uma vez que as quedas que afetam frango inteiro, industrializados e salgados alcançam índices negativos bem mais significativos, a receita cambial do corrente exercício deve apresentar retrocesso não muito diferente do alcançado em 11 meses: queda de 10,79%.
Na prática – e, pelo menos nominalmente, em moeda americana – o setor está retrocedendo a valores da década passada.
Fonte: Avisite