Adeniro Vian, diretor do IBD Agro, destaca que, em relação aos recursos para o agronegócio para esta safra, a liberação está sendo feita com normalidade, com um aumento no número de liberações, em função de um crescimento no volume de depósito a vista
O custo, por sua vez, está maior do que o da safra passada. Os juros foram fixados em um momento de queda da Selic e agora o crédito rural, na maioria dos casos, tem taxas mais altas que as praticadas no mercado livre, média de 7,5% aa mais taxas de projetos e proagro que são obrigatórios o que eleva esse percentual para além dos 13% aa. A taxa de juros real do crédito rural, portanto, irá fechar 2017 como a maior dos últimos anos.
A não ser que o governo modifique a PEC dos gastos públicos, a taxa de juros não será alterada, comenta Vian. Se o produtor, contudo, decidir procurar uma taxa menor, o mais vantajoso seria procurar uma LCA, com taxa máxima de 12,75%, . Poucos produtores sabem desse fato e os bancos também não têm divulgado essa medida, como aponta Vian.
Ele lembra ainda que a garantia da operação de crédito rural depende também do limite de crédito disponível para o produtor. Fatores como a valorização ou não das commodities e a mudança de uma norma referente à declaração de gastos podem influenciar neste ponto. A tendência é que um número maior de produtores consiga menos recursos oficiais para financiar a safra.
Neste primeiro momento, contudo, o risco não é de inadimplência. Tudo irá depender se a colheita irá correr bem e se os preços vão ser benéficos para o produtor.
Fonte: Acrissul