Por mais incrível que possa parecer, ainda recebo ligações de clientes perguntando qual é a taxa que cobramos por um determinado empréstimo. Tal pergunta denota certo desconhecimento de como os bancos aprovam e operam crédito para os seus clientes. Conhecer minimamente esse assunto é importante, pois ajuda as empresas direcionarem suas demandas financeiras de forma mais assertiva
À exceção de algumas linhas de repasse cujo “spread” do banco é definido pela instituição provedora do “funding” (como por exemplo algumas linhas do BNDES), o preço cobrado em uma operação financeira se dá em função da qualidade de crédito do tomador, da estrutura da operação em questão e da concorrência entre as instituições financeiras. Por isso, é praticamente impossível responder à pergunta sobre a taxa sem fazer uma profunda análise desse cliente. Resumindo, salvo algumas exceções, o preço de uma operação é muito mais em decorrência da qualidade de crédito do próprio cliente do que da linha a ser contratada.
Os bancos em geral possuem uma área de crédito, onde profissionais especializados analisam: a credibilidade do cliente, a capacidade da empresa de honrar com as obrigações assumidas, o capital da companhia, sua capacidade de reagir a condições externas adversas, o conglomerado à qual pertence e a estrutura de garantias da operação proposta. Com base em uma análise quantitativa e qualitativa desses itens, esses profissionais conferem uma nota interna para cada cliente e operação, conhecida como “rating”. Bancos operam sempre de olho no retorno sobre o risco que consideram que estão correndo. Maiores riscos (piores ratings) requerem retorno maior, portanto “spreads” maiores e, consequentemente, taxas de juros mais elevadas. Menores riscos (melhores ratings) exigem retorno menor e, assim, taxas de juros menores.
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