O preço do feijão tem subido nos últimos meses e tornado as refeições dos brasileiros mais caras. Em Mato Grosso, a principal causa do problema é a falta de chuva, principalmente na região Norte do estado, o que faz diminuir a produção e a qualidade dos grãos. Agora, em tempo de crise econômica, famílias já buscam alternativas para substituir o insumo no prato.
Em algumas lavouras, a queda de produtividade caiu consideravelmente. Em Sorriso, município a 420 km de Cuiabá, os produtores esperavam colher, em uma área de 200 hectares, 30 sacas por hectare. A previsão atualizada é que cada hectare deva conseguir produzir apenas 15 sacas.
De acordo com o produtor Ademir Gardin, devido as circunstância, essa é uma perspectiva interessante. “Talvez não seja o que a gente alcance nessa área esse ano em virtude dos cortes da chuva muito precoce. Mas seria uma produtividade bastante interessante para a cultura”, afirmou.
O prognóstico, porém, pode ser pior ainda. Segundo a Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigados de Mato Grosso, as perdas causadas pelo tempo na região Norte do estado podem chegar a 60% da produtividade na área do feijão-carioca e 50% no feijão caupi.
Esses problemas se repetem em outros estados, porém, com outras características. No Paraná, maior estado produtor de feijão do país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a quebra da safra foi de 9%.
Já produtores de Minas Gerais esperam uma queda de 30%. No estado do Sudeste, a causa do problema foi o excesso de chuvas.
Além dessas questões naturais, a inflação é outro fator responsável pelo aumento do preço insumo. O custo de produção aumentou em torno de 20% em relação as safras do ano passado.
O aumento tem explicação ainda por conta do estilo de precificação do feijão. Diferentemente da soja e do milho, que contam com preços padronizados, o feijão passa por uma análise na qualidade antes do preço final ser estipulado.
Consumidor
Segundo a autônoma Virlaine Santos, os aumentos já estão sendo sentidos. “Do começo do ano para cá deu para sentir no bolso. Estava em torno de R$ 3, R$ 4 e hoje varia entre R$ 6,50 e R$ 8. Subiu bastante”, afirmou.
Fonte: G1