O Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) promoverá na próxima semana uma “Caça ao Bicudo” com o objetivo de avaliar a incidência e o controle atual do bicudo-do-algodoeiro no município de Sapezal, no Núcleo Regional Noroeste. Esta região responde hoje pela maior área de produção algodoeira de Mato Grosso (cerca de 152 mil de um total de 607 mil ha cultivados na safra 2015/16).
A ação deverá contar com a participação de representantes do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Também participarão da “Caça do Bicudo” o engenheiro agrônomo Márcio de Souza, coordenador de Projetos e Difusão de Tecnologias do IMAmt, e o entomologista Eduardo Barros, coordenador do projeto Controle Efetivo do Bicudo.
A programação da “Caça do Bicudo” prevê uma reunião na noite da próxima terça-feira (dia 7), em Sapezal, para que seja feita a distribuição de áreas e pontos a serem vistoriados no município. Na quarta-feira, das 7h30 às 17h30, acontecerá o trabalho de vistoria a propriedades selecionadas, e na quinta-feira, entre 7h30 e 11h30, será realizada a reunião do Grupo Técnico do Algodão (GTA) do Núcleo Regional Noroeste, com a participação de produtores e representantes do IMAmt, Indea-MT e Mapa, entre outras entidades ligadas ao setor.
Segundo Márcio de Souza, que está coordenando essa força-tarefa, um dos temas a serem apresentados no evento é a IN Conjunta Sedec/Indea-MT nº 001/2016. Publicada no Diário Oficial do estado, no início de maio passado, a IN trouxe novidades que impactam diretamente no controle do bicudo e de outras pragas e doenças do sistema produtivo adotado em Mato Grosso, dividindo o estado em duas regiões e estabelecendo para cada uma delas datas distintas para o calendário de plantio do algodoeiro e o de vazio sanitário, e introduzindo o conceito “planta com risco fitossanitário” em substituição ao conceito de “planta viva”.
A atualização da legislação em vigor sobre medidas fitossanitárias para controle do bicudo-do-algodoeiro em Mato Grosso é resultado de debates entre integrantes dos GTAs e representantes do Indea-MT após o encerramento da safra 2014/15.
“Por se tratar de uma praga com controle oficial em Mato Grosso, entendemos ser muito importante a participação do Indea-MT no evento Caça do Bicudo, principalmente para apresentar a IN 001/2016, com o objetivo de sanar possíveis dúvidas sobre a nova legislação, visando maior eficiência no controle do bicudo na safra 2016/17”, afirma Alvaro Salles, diretor executivo do IMAmt.
União – A formação de Grupos Técnicos do Algodão (GTAs) em diversos núcleos de produção algodoeira em Mato Grosso tem sido uma das principais ferramentas do projeto Controle Efetivo do Bicudo. Os GTAs propõem um debate franco entre pesquisadores, consultores, produtores e seus colaboradores sobre questões como destruição de restos culturais do algodoeiro e a pressão do bicudo e outras pragas nas fazendas.
“Vejo o trabalho desenvolvido pelo GTA como uma luz no fim do túnel”, elogia Sérgio Vidal de Arruda, coordenador técnico do Grupo Scheffer, um dos grandes produtores da região de Sapezal. “A troca de informações entre produtores e técnicos é fundamental para o controle efetivo do bicudo e o IMAmt está fazendo o meio de campo, trazendo pesquisadores e consultores renomados como Walter Jorge dos Santos”, afirma Serginho, como é conhecido no setor algodoeiro. “Hoje, graças ao GTA, a gente leva o vizinho ao local da fazenda onde está ocorrendo o problema, visando buscar uma solução que beneficie todos”, diz o coordenador, consciente da importância da união quando o que está em jogo é o futuro da cotonicultura em Mato Grosso.