No mercado do milho, Mato Grosso antecipa cautela para safra 2023/24
No cenário Mato-grossense, as projeções para a safra de milho 2023/24 revelam um panorama desafiador. Os dados recentes divulgados pelo Imea, em 4 de dezembro, apontam para uma redução significativa na área plantada, impulsionada por incertezas e desafios econômicos. Neste artigo, exploramos os motivos por que levaram essa decisão dos produtores, os impactos na rentabilidade e as perspectivas para o setor.
O Imea revelou que a área plantada de milho em Mato Grosso safra 2023/24 está estimada em 7,02 milhões de hectares, representando uma redução de 2,50% em relação ao levantamento do mês anterior. Essa diminuição torna-se ainda mais expressiva quando comparada à safra 2022/23, registrando um declínio de 6,27%. O que motiva esse recuo? A resposta está nas incertezas que pairam, relacionadas à safra futura.
A postergação dos trabalhos a campo na soja teve um impacto direto na janela considerada “ideal” para a semeadura de milho. Com isso, os produtores enfrentam um desafio logístico e operacional, buscando otimizar o tempo disponível. Além disso, o preço atual do grão em Mato Grosso cobre apenas as despesas com o custeio, levantando sérias preocupações sobre a rentabilidade final do produtor. Uma análise detalhada desses desafios é crucial para entender como o setor está se adaptando a essa nova realidade.
Apesar das adversidades, o Instituto manteve a projeção de produtividade em 103,85 sacas por hectare. Contudo, a produção estimada para o ciclo 2023/24 é de 43,75 milhões de toneladas, indicando uma redução significativa de 16,67% em relação à safra anterior. Estas projeções levantam questões sobre a oferta de milho no mercado e seu impacto nos preços, bem como a competitividade do agronegócio mato-grossense.
Avanço no Campo: Retorno das Chuvas e Desafios Regionais
Enquanto as preocupações com a safra de milho persistem, observa-se um retorno das chuvas no Centro-Oeste e em partes do Sudeste, contrastando com uma redução nas regiões Sul do país. Este cenário influencia diretamente os trabalhos no campo, com a semeadura da safra de verão atingindo 55% da área nacional, segundo dados da Conab. No entanto, esse número ainda está 13,6 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período da safra 2022/23, sinalizando desafios regionais distintos.
Na análise da semana anterior vimos que, “O ritmo dos negócios no mercado interno enfrenta desafios, mesmo com demanda em ascensão. Os produtores, focados nas atividades de campo, limitam a oferta do cereal no mercado. Além disso, desacordos sobre os preços contribuem para a baixa liquidez. Apesar desses obstáculos, as cotações permanecem firmes“. Clique aqui para saber mais desta análise.
Houve uma queda de 2,45% no preço do grão na CME Group em comparação com a semana passada. Essa retração é atribuída ao avanço da colheita nos Estados Unidos (EUA). O aumento na oferta de milho devido à colheita em andamento pode ter impactado negativamente os preços, levando a essa redução de 2,45%.
Entenda os desafios e implicações da Moratória da da Soja e da Carne em Mato Grosso
O agronegócio é o motor da economia brasileira, e em nenhum lugar isso é mais evidente do que em Mato Grosso, um estado que desempenha um papel crucial na produção agropecuária. No entanto, nos últimos tempos, uma sombra paira sobre avanço produtivo do estado: a Moratória da Soja e da Carne. Esta restrição, originada com o objetivo de melhorar a imagem internacional de Mato Grosso, tem impactos significativos na produção e na economia local. E para tratar sobre esse assunto, a Dra. Alessandra Panizi, especialista em Direito Ambiental, conversou com Xisto Bueno, Executivo do Fórum Agro MT.
Aperte o play no vídeo abaixo e confira a análise completa.
Por Daniele Balieiro/AGRONEWS®
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