Aumento representaria 34,9 milhões de hectares, dando continuidade ao ciclo de crescimento da oleaginosa no Brasil
Em sua primeira estimativa para a safra brasileira de grãos no ciclo 2017/18, a consultoria INTL FCStone calcula aumento de área de 3,1%, o que representa um aumento de mais de 1 milhão de hectares em relação ao ciclo anterior, alcançando 34,9 milhões de hectares. Com isso, o ciclo de expansão da área de soja no país continua.
“Esse aumento de área deve ocorrer em grande parte sobre áreas de milho verão, principalmente no sul do Brasil, pois além das perspectivas de grandes estoques de milho neste ano, há a possiblidade de se fazer uma segunda safra do cereal”, explica a analista de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.
Apesar do aumento de área, a INTL FCStone estima que a produção deva ficar em 106,7 milhões de toneladas, nível mais de 7 milhões de toneladas abaixo do alcançado em 2017. “Em relação à produtividade, considerando um clima normal, os níveis devem ser mais baixos que os do ciclo 2016/17, o qual foi beneficiado por um padrão climático excepcional, que permitiu, inclusive, um adiantamento no plantio”, explica.
Mesmo com uma queda de produção no comparativo anual, os estoques finais ainda são estimados em pouco mais de 5 milhões de toneladas no ciclo 2017/18, considerando exportações em 60 milhões de toneladas e consumo doméstico em 47,5 milhões de toneladas. Entretanto, caso a demanda fique ainda mais aquecida, o resultado do balanço pode ser mais restrito.
Menos milho: produção da safra 2017/18 de verão deve recuar mais de 20% no Brasil
Com expectativa de um clima menos benéfico e área menor do que a safra anterior, próximo ciclo de milho deve finalizar a primeira safra (de verão) em 24 milhões de toneladas
As perspectivas para a primeira safra de milho 2017/18 são de uma queda de área de quase 10%, ficando em 4,94 milhões de hectares, segundo cálculos da consultoria INTL FCStone. Com uma área menor e uma produtividade abaixo da verificada no verão anterior, quando o clima foi muito benéfico, a produção da primeira safra deve apresentar uma queda significativa, ficando em 24 milhões de toneladas, recuo de mais de 20% ano a ano.
“A disponibilidade do cereal no mercado doméstico está bastante elevada com a colheita da safrinha 2016/17, que foi recorde, o que tem pesado muito sobre os preços, num contexto de oferta ampla também no exterior, incentivando uma migração de área para a soja”, avalia a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi. Além disso, há a possibilidade de plantio de uma segunda safra em grande parte do país.
Para o balanço de oferta e demanda, à estimativa da primeira safra somou-se uma safrinha em 65 milhões de toneladas (considerando a área do ciclo de inverno 2016/17 e uma produtividade média dos últimos anos, excluindo-se a quebra de 2016), que resultou em uma produção total de pouco mais de 89 milhões de toneladas.
“Num cenário como este, mesmo com um aumento de demanda, os estoques finais da safra 2017/18 tenderiam a se manter muito elevados, ainda superando 20 milhões de toneladas”, explica Ana.
Por INTL FCStone