A raça Brangus, resultado do cruzamento do Aberdeen Angus com o Zebu, é uma das que mais cresce no Brasil. O maior número de criadores está concentrado na Região do Sul, pincipalmente no Rio Grande do Sul, mas a raça também vem ocupando espaços com uma expansão para as Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, entre outras.
As principais centrais de inseminação estão buscando por reprodutores Brangus, com grande destaque pela alta demanda de sêmen de touros da raça para cobrir fêmeas F1, uma excelente alternativa de cruzamento focado na produção de carne de qualidade. Esse aumento da procura por sêmen Brangus comprova a expansão da raça em todo território brasileiro, posicionando o Brangus como uma importante ferramenta de produção da pecuária competitiva.
Nos últimos quatro anos, o Brangus cresceu em torno de 20% e já é a terceira raça em venda de sêmen, atrás apenas das raças mãe, Angus e Nelore. O número de registros na Associação Brasileira de Brangus (ABB) também vem crescendo. De janeiro a junho deste ano foram realizados 9.297 serviços de registros.
Outro número que apresentou alta foi o da quantidade de sócios. Segundo a ABB, a raça conta com associados em 15 Estados brasileiros – Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe – além do Distrito Federal.
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A raça vem conquistando mais espaço no Nordeste, onde estão cinco associados. O rebanho total da raça ainda é pequeno, mas criadores e especialistas acreditam no potencial de crescimento e adaptação da raça na região. Um dos investidores é o criador gaúcho Luiz Paulo Malmann Filho, proprietário da Fazenda Fernanda, que, nesta semana, realizou o seu 4º Dia de Campo, o primeiro deles com a participação de 15 fêmeas e 10 touros Brangus. A propriedade, localizada em Balsas (MA), também seleciona animais das raças Nelore e Braford e faz Integração Lavoura-Pecuária (ILP) com o cultivo de soja e milho.
O evento serviu para Mallmann Filho fazer contato com produtores da região e mostrar os diferenciais da raça, tanto para a genética como para a produção de carne de qualidade. Balsas integra o Matopiba, considerada a grande fronteira agrícola nacional e que responde por aproximadamente 10% da produção brasileira de grãos e fibras, principalmente soja, milho e algodão.
Malmann iniciou o plantel há cerca de três anos. Em 2020, ele adquiriu touros e novilhas da GAP Genética, de Uruguaiana (RS), um dos principais criatórios da raça sintética no País. E depois comprou reprodutores da Cia Azul, de Alegrete (RS), e da JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS). Atualmente, o rebanho é formado por 250 animais, considerando as 180 fêmeas em produção, touros e terneiros. “O Dia de Campo foi para mostrar as qualidades da raça Brangus, que está muito bem adaptada e tem u m grande potencial para se desenvolver na região”, afirma Malmann Filho.
O Dia de Campo contou com a presença do técnico e diretor da ABB para o Nordeste, Roberto Maciel, e do especialista em cortes e preparo de carnes, Marcelo Bolinha, de Porto Alegre. O expert destrinchou meia novilha – dianteiro, costela e traseiro – e preparou um churrasco para mais de 300 pessoas. Os convidados ainda assistiram a palestras sobre as raças Brangus e Braford, cruzamento industrial e as vantagens da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), além de carne de qualidade.
Por: Gustavo Paes – Associação Brasileira de Brangus (ABB)
AGRONEWS – Informação para quem produz