O Brasil suspendeu as importações de carne bovina in natura dos EUA em 2003, após suspeitas da doença da vaca louca
Os Estados Unidos voltaram a exportar carne bovina in natura para o Brasil depois de 13 anos de bloqueio. O primeiro carregamento, de picanha, chegou nos últimos dias, dando início a uma “promissora oportunidade de mercado de longo prazo para a indústria de carne bovina dos Estados Unidos”, informou o Departamento de Agricultura do país (USDA), em comunicado.
O Brasil suspendeu as importações de carne bovina in natura dos EUA em 2003, após suspeitas da doença da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina, ou EEB). Desde então, organismos norte-americanos começaram uma luta para reabrir o mercado brasileiro.
Após uma série de discussões, o Brasil reabriu o mercado oficialmente em agosto de 2016, com base na nova classificação dos Estados Unidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), que apontou baixo risco para a doença em território norte-americano. “Com esse primeiro carregamento de carne bovina in natura chegando ao Brasil, o momento agora é ideal para os exportadores dos EUA voltarem a focar no mercado do país”, disse o USDA, na nota.
Atualmente, os principais fornecedores de carne bovina in natura para o Brasil são Paraguai, Uruguai e Argentina, por causa da proximidade geográfica e do Mercosul. Entre 2014 e 2016, o Brasil importou em média US$ 296 milhões em carne bovina in natura e congelada por ano, ou 50 mil toneladas. “Apesar da competição com os países do Mercosul e o diferencial de 10% nas tarifas para as nações que estão fora do bloco, os Estados Unidos estão em uma ótima posição para competir no mercado brasileiro, graças à capacidade de atingir o consumidor mais qualificado”, relatou o USDA. Em 2016, os Estados Unidos exportaram US$ 6,3 bilhões em carne bovina e produtos derivados no mundo.