Os dados da SECEX/MDIC relativos aos embarques de carne de frango das duas primeiras semanas de fevereiro (1 a 9, seis dias úteis) indicam média diária de 18.569 toneladas, volume cerca de 57% e 15% superior aos registrados no mês anterior (11.849 toneladas/dia em janeiro passado) e no mesmo mês de 2018 (16.169 toneladas em fevereiro de 2018)
Porém, esse resultado não tem a consistência necessária para que se faça uma projeção para a totalidade do mês. Chega-se a essa conclusão através de outro dado divulgado pela própria SECEX/MDIC: a receita cambial registrada nesses seis dias. Ou seja: para a primeira semana do mês (um dia útil) é apontada receita de US$109,394 milhões; já para a segunda semana, com cinco dias úteis, a média diária recua mais de 40%, caindo para US$63,599 milhões.
Parece estar claro, aí, que os dados iniciais do mês (1ª semana) trazem em seu bojo restos não contabilizados do mês de janeiro. E se isso se aplica à receita, deve abranger, também, o volume embarcado, só não se sabendo em que medida atingiu cada uma das três carnes (bovina, suína e de frango).
Em suma, teoricamente as duas primeiras semanas de fevereiro (seis dias úteis) foram fechadas com embarques da ordem de 111 mil toneladas de carne de frango in natura, volume pouco superior às 103 mil toneladas embarcadas nas duas primeiras semanas de janeiro (com dois dias úteis a mais). Portanto, o sinalizado para a totalidade do mês é algo em torno das 371 mil toneladas, 42% a mais que o exportado em janeiro e 27% a mais que o registrado um ano atrás, em fevereiro de 2018.
Mas está claro que os primeiros números do mês se encontram artificialmente inflados e, assim, tendem a recuar gradativamente à medida que fevereiro avança.
Mesmo assim, a informação de possível existência de um saldo de janeiro nas exportações de fevereiro é algo a ser comemorado, ou seja, os embarques do primeiro mês do ano podem não ter sido tão baixos quanto os divulgados.
Por Avisite