Respeito ao meio ambiente e ao bem estar animal são normas pétreas do documento
Reencontrei nesta terça-feira, depois de muitos anos, aqui em São Paulo, Leonardo Leite de Barros, presidente da Associação Brasileira de Produtores Orgânicos, de Campo Grande (MS). Barros, cuja fazenda fica na Nhecolândia, coração do Pantanal, firmou um protocolo de certificação da carne sustentável produzida em 18 propriedades da região, com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Há uns seis ou sete anos, eu fiz uma grande reportagem lá na Nhecolândia na fazenda de Barros e em outras vizinhas. Passamos alguns dias – eu mais o fotógrafo Ernesto de Souza – andando no meio de bois, vacas, bezerros, jacarés, capivaras, cães, onças (de longe) e do tuiuiu, linda e majestosa ave pernalta que é o símbolo do Pantanal, onde imperam o silêncio e a magia, como diz o sensível poeta Manoel de Barros, nascido no meio de bichos e águas. E árvores. E flores.
O protocolo, apoiado pelo WWF-Brasil, vai regular o trabalho nas fazendas que já adotam as boas práticas produtivas, afinal, a pecuária, praticada há dois séculos no Pantanal é fundamental para a preservação do meio ambiente. “Esse protocolo valoriza o homem pantaneiro, sua cultura e os processos produtivos que há mais de 200 anos preservam o bioma”, diz Leonardo.
O que me impressiona muito e positivamente é a proposta de colocar no mercado um produto que conta e divulga a história riquíssima do Pantanal.
A Korin é a principal distribuidora da carne no mercado brasileiro. Seu diretor, Reginaldo Morikawa, me contou que, após os traumas advindos da Carne Fraca, entre outros problemas recentes, a demanda pelo produto orgânico e sustentável cresceu bastante.
Fonte: Globo Rural