Principais estados produtores foram afetados pela falta de chuvas e geadas
Com o avanço do ciclo do milho segunda safra, a Geosys Brasil, empresa que utiliza dados de satélites para avaliar o andamento de culturas em tempo real, estima que a produtividade nacional alcance 73,05 sacas por hectare, o que representa queda de 17,7% ou 15,7 sacas a menos por hectare em relação à temporada anterior. A produção nacional deverá ser de 65,21 milhões de toneladas de milho na segunda safra. Minas Gerais, com queda na produtividade estimada em 55%, Paraná, com 36,7%, e Mato Grosso do Sul, com 31,3%, foram os estados afetados de forma severa pela falta de chuva durante o ciclo.
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A área colhida atingiu 20,9% no último dia 10, contra 36,1% na comparação anual (Conab). O atraso da colheita deve-se ao plantio tardio da cultura, em decorrência do alongamento da safra de soja. Nas próximas semanas o ritmo da colheita deve continuar intenso nas regiões produtoras. De acordo com o trabalho de sensoriamento remoto, realizado com uso de dados de satélite pela Geosys Brasil, os mapas do modelo europeu (ECMWF) indicam que a precipitação deve ser baixa nos próximos dez dias, com chuvas acima da média apenas em parte do Paraná. Já o modelo americano (GFS), aponta para previsão de chuvas acima da média para parte de Mato Grosso e parte de Minas Gerais.
Minas Gerais
“Minas Gerais é o estado que registra um dos piores desempenhos de produtividade na safrinha de milho devido à falta de chuva durante o ciclo, entre março e julho. A baixa umidade do solo afetou o índice de vigor vegetativo (NDVI), que ficou abaixo da média durante o ciclo, acima apenas da safra de 2016, quando houve forte quebra de produtividade”, explica Felippe Reis, analista de cultura da Geosys Brasil.
Neste cenário, a estimativa da Geosys Brasil é de que a produtividade atinja 47,5 sacas por hectare, o que representa uma queda de 54,9% em relação à safra de 2020, com 57,9 sacas a menos por hectare.
Paraná
No Paraná, a falta de chuva e geada provocaram a menor produtividade dos últimos 10 anos. O NDVI ficou no menor patamar durante boa parte do ciclo devido à falta de chuva, que ocasionou baixa umidade do solo. Além disso, no fim do ciclo houve geadas em todas as regiões do estado, impactando severamente as lavouras. A queda de produtividade é de 36,7%, ou seja, 30,6 sacas a menos por hectare. A estimativa é que o Paraná colha 52,9 sacas por hectare.
Mato Grosso do Sul
O Mato Grosso do Sul também registra nesta temporada a pior produtividade dos últimos dez anos. As lavouras de milho de segunda safra sofreram com a combinação de seca e geada. O NDVI apresentou dinâmica ruim em toda a temporada e ficou no menor patamar dos últimos cinco anos durante os dois primeiros terços do ciclo do milho de segunda safra. A baixa umidade do solo ao longo dos últimos meses explica esse cenário. E, além da seca, no fim do ciclo foram registradas geadas, danificando ainda mais as lavouras e impactando a produção. A produtividade é estimada em 53,8 sacas por hectare, o que representa uma queda de 31,3% em relação ao ano anterior (ou 24,5 sacas a menos por hectare). Para os próximos dias, a previsão é de que as temperaturas voltem a cair, porém com menor intensidade do que no fim de junho.
Já Mato Grosso, Goiás e São Paulo também sofreram com a seca durante o ciclo do milho safrinha, mas o impacto na produtividade foi menor em comparação às outras áreas produtoras do país.
Mato Grosso
No Mato Grosso, o NDVI evidencia que o ciclo está no fim. A colheita tem confirmado a perda de produtividade, devido às dificuldades ao longo da temporada (plantio tardio e baixa precipitação). “O NDVI no Mato Grosso mostra uma analogia com o ano de 2018, quando ocorreram perdas de produtividade, porém, a evolução desse índice foi bem melhor ao longo do ciclo em relação à temporada de 2016, safra que registrou grande quebra de produtividade, avalia Felippe Reis”, analista de cultura da Geosys Brasil.
A produtividade alcançada deverá ser de 100,4 sacas por hectare, queda 5,8% em relação à safra anterior, o que representa 6,1 sacas a menos de milho por hectare. Para os próximos dias a previsão é de que a seca continue, o que deve favorecer o progresso da colheita.
Goiás
As lavouras de milho safrinha em Goiás apresentaram, durante quase todo o ciclo, fraco desenvolvimento do NDVI, melhor apenas do que na temporada de 2016, quando houve forte quebra de produtividade. O balanço hídrico (precipitação – evapotranspiração) evidencia a forte seca no estado. A estimativa da Geosys Brasil é de que a produtividade seja de 93 sacas por hectare, o que representa queda de 12,4%, cerca de 13,1 sacas a menos por hectare, na comparação com o ano anterior. Para os próximos dias, a previsão é de baixíssima precipitação, o que irá permitir o avanço da colheita do milho no curto prazo.
São Paulo
Em São Paulo, as baixas temperaturas no fim de junho vão ao encontro da forte deterioração do NDVI, apontando que as geadas impactaram negativamente as lavouras no período. Porém, o índice de vigor da vegetação ficou em patamar ruim praticamente durante todo o ciclo do milho de segunda safra, indicando que, mesmo antes das geadas, as lavouras já estavam sofrendo com a baixa precipitação. O índice de vegetação indica uma analogia com a temporada anterior. A estimativa é de que a produtividade seja de 74,4 sacas por hectare, queda de 3,3% ou 2,5 sacas a menos por hectare, na comparação com a média das últimas cinco temporadas.
Por Geosys Brasil
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