Mato Grosso do Sul retomou nos últimos anos sua posição de grande produtor de grãos, onde o emprego de novas tecnologias e investimentos privados e públicos em pesquisas têm mitigado os efeitos adversos do clima, incorporado novas áreas até então degradadas e gerado maior ganho em produtividade e qualidade dos alimentos.
Num momento histórico para o agronegócio, com o recorde da safra de soja – perto de 8,5 milhões de toneladas em 2,5 milhões de hectares -, a presença do Governo do Estado em apoio ao campo tem sido fundamental para a salvação da lavoura de um Estado essencialmente agropastoril – e dar suporte a economia em tempos de crise.
O governador Reinaldo Azambuja falou desse cenário positivo para o Estado, na 12ª edição da Dinapec (Dinâmica Agropecuária), uma das maiores vitrines da tecnologia realizada recentemente na Embrapa Gado de Corte, e destacou a resposta do campo nos momentos de dificuldades com uma expressiva produção, que deve chegar a 18 milhões de toneladas de soja e milho.
Para promover o desenvolvimento do setor, responsável pela sustentação do PIB, o governo, atento ao volume e crescimento da produção agrícola, trabalha de forma articulada em várias frentes para garantir o escoamento, reduzir custos na movimentação interior dessa carga, com alternativas intermodais (rodo-ferro-hidroviário), e ganhos em competitividade no mercado internacional.
Paralelamente aos investimentos nos eixos da logística e da pesquisa, recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO) são viabilizados e liberados no tempo certo do plantio.
“Apostamos em uma safra recorde e nos R$ 2 bilhões disponíveis no FCO para assegurar novos investimentos para este ano”, projeta Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico.
Eixos estruturantes
O governo estadual tem contribuído nessa supersafra de grãos com aquilo que o produtor mais precisa, que é facilitar o transporte com menor custo e dar-lhe alicerce e garantias de crédito e conhecimento para que seja eficiente e produza cada vez mais, afirmou o secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel, ex-presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária).
“Não temos medido esforços no sentido de garantir trafegabilidade nas estradas estaduais e abrir novos caminhos para escoar essa produção, explorando outros meios em potencial, com as hidrovias”, pontuou.
Riedel citou a reativação em 2016, pelo Estado, do terminal portuário de Porto Murtinho, no extremo sudoeste, que tem se mostrado estratégico como porta de saída das exportações, sobretudo grãos, como destino aos mercados latinos, europeus e asiáticos.
Segundo o secretário, é prioridade do governador Reinaldo Azambuja viabilizar esses eixos estruturantes, integrando rodovias, ferrovias e hidrovias, “tornando nossos produtos mais competitivos e, ao mesmo tempo, criando perspectivas sustentáveis para os corredores bioceânicos”.
Fundersul garante tráfego
O Governo do Estado tem destinado integralmente os recursos arrecadados com o Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário) na manutenção da infraestrutura rodoviária primária – estradas e pontes -, garantindo trafegabilidade em qualquer época do ano e, principalmente, o escoamento da produção agrícola e industrializados. Em 2015 e 2016, foram investidos R$ 869 milhões e, para este ano, estão previstos R$ 824 milhões.
No ano passado, o governo estadual realizou a manutenção permanente de 3 mil quilômetros de estradas não pavimentadas e a meta é chegar aos 5 mil quilômetros até o fim de 2017. Também com recursos do fundo, o governo executa 42 das 66 pontes de concreto lançadas em dezembro de 2016 pelo governador Reinaldo Azambuja.
O plano de aplicação do Fundersul para este ano, com projeção de arrecadação de R$ 824.095,400,00, destina maior parte dos recursos (R$ 388 milhões) para restauração, conservação e manutenção de rodovias estaduais. Outros R$ 200 milhões serão destinados às obras de pavimentação asfáltica, implantação de rodovias e restauração e drenagem urbana, em apoio aos municípios.
O governo aplicará ainda R$ 100 milhões na construção, reforma e manutenção de pontes, projetos executivos, fiscalização e equipamentos.
Avanços tecnológicos
Com mais de 95% da safra recorde de soja colhida, a movimentação dos grãos pelas estradas interiores segue dentro da normalidade em direção aos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC).
Esse fator, na avaliação do secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, impacta na decisão do produtor na hora de apostar na integração lavoura-pecuária e em investir na expansão de seus negócios.
“Hoje não temos nenhum gargalo significativo que possa dificultar o escoamento desta safra”, destaca o secretário.
Lamas observou que o governo estadual também tem dado suporte a esta revolução tecnológica que ocorre no campo, onde, além de driblar as adversidades climáticas – os chamados veranicos -, o produtor tem incorporado áreas degradadas com excelente produtividade, consorciando grão-boi-florestas.
Os recursos aplicados este ano em pesquisa, pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect) e Fundo de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja (Fundems), somam mais de R$ 5,8 milhões. Mais conhecimento incorporado ao sistema produtivo.