Entenda as etapas necessárias para que resíduos e dejetos possam ser usados como adubo
Solo equilibrado e produção homogênea anual são alguns dos benefícios da utilização dos compostos orgânicos ou fertilizantes orgânicos, defende o engenheiro agrônomo da empresa Ferticel, João Zarychta. O especialista explica que qualquer resíduo a exemplo de “cama de aves”, dejetos de suínos ou bovinos devem ser adequadamente trabalhados para posteriormente serem usados como adubos. “A adubação orgânica precisa ser de qualidade, de procedência, compostado e com garantias mínimas de composição”, ressaltou Zarychta.
O processo da compostagem leva aproximadamente 180 dias e integra três fases distintas. A primeira de “fitoxicidade, composto imaturo, cru”, interfere no crescimento das plantas, libera toxinas, facilita a proliferação de patógenos (doenças do solo) e corresponde do início do processo até 60 dias.
A segunda etapa “semicura, bioestabilização” não causa danos às plantas, mas ainda não libera nutrientes. Nesta fase, ainda não apresenta as propriedades ideais de um fertilizante curado (ácidos húmidos e fúlvicos). Na terceira fase “cura, maturação ou humificação” há mudança nas propriedades físicas, químicas, físico-químicas e biológicas. Desta maneira, o composto está pronto para ser industrializado e aplicado ao solo.
De acordo com o engenheiro agrônomo e responsável técnico da Ferticel, Wanderlei Enderle, o processo de compostagem ainda é pouco utilizado pelos produtores da região, pois a maioria realiza de maneira direta. “A atividade requer muito trabalho, de 120 a 180 dias para maturação da compostagem”, complementou.
Contudo, o uso da matéria orgânica in natura pode causar danos, segundo Enderle, entre as principais consequências estão a fitoxicidade (absorção de nitrito), aparecimento de fungos patógenos que causam doenças nas plantas, baixa produtividade e morte das plantas.
Em comparação, o produto bem compostado tem em sua composição 40% de ácidos húmicos e fúlvicos que são carregados de sais minerais e liberam para as plantas; atua na natureza física, química e biológica do solo; melhora a sanidade da planta; contribui para o crescimento vegetativo e reprodutivo. Além disso, atua na recuperação da matéria orgânica, que é o principal componente do solo, potencializa a absorção de nutrientes minerais e melhora a Capacidade de Troca de Cátions (CTC), com isso promove a sustentabilidade estrutural do solo a curto, médio e longo prazo.