Produto é biodegradável, não prejudica o solo e ainda tem baixo custo
O caminho da agroecologia revela que muitas soluções podem ser encontradas na própria natureza. Foi com olhar atento ao seu entorno, que o estudante João Matheus Balduíno, de apenas 19 anos, desenvolveu um biopesticida usando o pequi como matéria-prima.
O produto é fruto de seu último trabalho como concluinte do ensino médio no Colégio Objetivo de Juazeiro do Norte, cidade localizada na Região Metropolitana do Cariri, no Ceará. Agora, ele pretende incentivar outros alunos a darem continuidade à pesquisa.
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Fruto do pequizeiro, o pequi é muito comum em sua região e, durante a safra, há muito desperdício. A ideia é aproveitar o montante desse fruto que iria para o lixo e encaminhá-lo para a criação de um pesticida natural, biodegradável e não prejudicial ao solo.
O produto foi pensado para pequenos agricultores, que sofrem com os ataques de formigas-cortadeiras nas plantações. O objetivo final é que a solução ecológica possa chegar até eles gratuitamente.
“Quero ajudar os pequenos agricultores. A agricultura é a fonte de renda dessas famílias e as formigas-cortadeiras podem fazer grandes estragos nas hortas. O produto é fabricado com a casca do pequi, uma matéria-prima de baixo custo e fácil produção”, afirma o estudante responsável pelo Projeto Biopequi.
Apesar de seu empenho e paixão pela ciência, a experiência só foi possível com a orientação da professora Lilian Duarte. “Os pesticidas causam diversos prejuízos e, através do uso do nosso produto, a gente consegue não prejudicar o solo, não prejudicar as plantas e não prejudicar as pessoas que vão consumir as hortaliças. Então, é uma cadeia de benefícios com baixo custo”, explica.
Para seguir com o projeto, João abriu financiamento coletivo no site Vakinha. Até agora já foram arrecadados mais de R$ 11 mil.
Fruto típico do Cerrado, o pequi é base de vários projetos científicos, além de apresentar vantagens à saúde. O extrato do óleo do pequi possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidante e anticâncer.
Por Márcia Sousa – Ciclo Vivo
AGRONEWS – Informação para quem produz