A soja ainda tem fatores positivos, mas transita em fundamentos incertos; o boi pode ter pressão; e o governo zera imposto de importação de etanol, mas não segura a Petrobras
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
A safra de soja na América do Sul foi concluída, praticamente, restando um pouquinho no Rio Grande do Sul, e a expectativa para o novo ciclo nos Estados Unidos entra no radar.
Os números que serão consolidados proximamente, sobretudo da colheita no Brasil, mais as intenções de plantio americano vão balizar os preços da commodity.
Deverá haver alguma pressão, porque mesmo que esteja consolidado a perda da oleaginosa por aqui, ainda assim é oferta entrando.
O peso maior deverá ser em relação ao que os produtores americanos pensam em produzir em área.
Porém, nós vimos que recentemente o governo argentino aumentou as ‘retenciones’, o imposto de exportação sobre óleo de soja e farelo, para segurar mais os produtos internamente.
E isso pode ser um fator positivo para as cotações, porque o mercado entende que haverá menos oferta internacional.
A guerra na Ucrânia manterá os vieses que estamos vendo.
Hora impulsionando os preços, com a escapada do petróleo e do trigo. Hora tirando a pressão, ante algum sinal de melhora nas negociações sobre a paz.
Mas é totalmente incerto, ainda, o cenário, inclusive porque a demanda chinesa deu uma estacionada nas últimas duas semanas.
Vinha bem sobre a soja americana, enquanto a brasileira estava cara.
Um bushel da US$ 18 não é uma régua a ser alcançada tão já.
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Boi: pressão à vista
Sobre o boi, o perfil de momento já vem sendo traçado há alguns dias.
As escalas de abate se alongaram nos frigoríficos.
As exportações para a China caíram 30% na última semana, ante as anteriores.
Então, pode vir mais pressão dos dois lados.
Tanto no boi comum, que já sente a fala de apetite do mercado interno, que vai chegando em maior volume, com a safra das águas e os produtores de pasto tendo que decidir o que fazer antes que as primeiras estiagens de outono comecem a chegar.
E o boi China, com ganho de até R$ 30 na @, sobre o outro, se se confirmar que os chineses tiraram o pé, também sentirá o recuo dos frigoríficos.
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Sobrou para o etanol
A governo zera a alíquota de importação de etanol.
Leia-se: para o etanol americano, a única origem com capacidade de ter oferta externa.
Sem condições de impor que a Petrobras segure os preços da gasolina e sem ter investido um centavo no refino, mais uma vez a culpa ficou para o etanol.
E justamente no momento que poderá haver maior consumo, frente às altas dos combustíveis fósseis, ajudando a dar condições melhores aos produtores, depois de dois anos de consumo baixo e uma forte quebra da safra passada de cana.
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