Polícia suspeita que os animais tenham sido contaminados por agrotóxicos de lavouras. Neste caso, as abelhas podem estar produzindo mel tóxico, que não deve ser consumido
Produtores de mel da cidade de Mata, na Região Central do Rio Grande do Sul, estão tendo prejuízo por causa da morte de milhares de abelhas. A principal suspeita da polícia é que elas tenham sido contaminadas por agrotóxicos de lavouras. Pelo menos 300 caixas foram afetadas, e o valor perdido pode passar de R$ 60 mil.
Anselmo Folgerini, que é apicultor há mais de 30 anos e dono de uma das maiores produções da região, diz que nunca tinha visto algo parecido. “Nunca tinha visto igual. E a quantia que vai morrer não se sabe, porque estão morrendo ainda”, diz Folgerini.
Além dele, outros oito produtores de mel já registraram ocorrências devido ao grande prejuízo. A Polícia Civil pediu um levantamento da situação para a Patrulha Ambiental e vai examinar as abelhas que morreram.
“Identificado, o responsável vai responder a um processo criminal, que pode sofrer uma pena, reparação dos danos e ainda fazer um Termo de Ajustamento de Conduta”, explica o delegado Jun Sukekava.
A região do Vale do Jaguari exporta mais de 800 toneladas de mel por ano. Grande parte vem da cidade de Mata. “A preocupação nossa é grande”, afirma o coordenador do Arranjo Produtivo Local (APL) da Apicultura Vale do Jaguari, Adir Possato. “Temos que, entre isso aí, fazer uma integração entre agricultores e apicultores, porque isso é uma falta de respeito”, avalia.
Se confirmada a contaminação das abelhas por veneno, as sobreviventes podem estar produzindo mel tóxico, não indicado para consumo. “É preocupante para a população. Como vamos comprovar que esse mel não está contaminado, esse que está depositado na sobrecaixa?”, questiona o secretário de agricultura de Mata, Guimarães da Silva.
Fonte: G1