Equipes percorreram mais de 8 mil quilômetros conversando com produtores rurais e avaliando a safra 2016/17.
O Circuito Tecnológico Etapa Soja conclui nesta sexta (21) na primeira semana de expedição. As oito equipes percorreram as regiões Norte e Oeste verificando o andamento da safra de soja 2016/17. Foram mais de oito mil quilômetros percorridos e 198 questionários respondidos pelos proprietários rurais.
“A conversa com os agricultores in loco, na sua propriedade, nos ajuda a entender as dificuldades e demandas para que possamos traçar estratégias de trabalho”, diz Endrigo Dalcin, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
O plantio está adiantado especialmente na região Norte porque as precipitações começaram mais cedo, logo após o fim do período do Vazio Sanitário, em 15 de setembro. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mais de 30% da área do Estado já foi semeada. Porém, as equipes técnicas relataram pouco plantio nas regiões de Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Tapurah e Ipiranga do Norte, por exemplo.
Luís Alberto Batista planta 190 hectares de soja em Nova Mutum. Ele iniciou a semeadura dia 5 de novembro, aproveitando as chuvas regulares na região. “Ano passado a safra foi ruim, colhemos 38 sacas por hectare. Ainda estamos receosos por causa do clima e dos preços, mas esperamos o melhor”, afirma. O agricultor ainda não comercializou a safra, está aguardando um bom preço.
Já Cláudio Bortolo, produtor rural em Nobres, travou o preço em dólar para cobrir os custos com os insumos. Ele está finalizando o plantio dos 400 hectares e espera que o tempo colabore para uma boa safra. “Aguardo a safra dos Estados Unidos e espero que os preços melhorem em janeiro para comercializar o restante”, diz. Em Nova Mutum, Jefferson Castilho Bergamasco travou 50% da safra em reais e também aguarda melhores preços para negociar o restante em dólar. Ele optou por adquirir as sementes à vista e buscou o restante do crédito com tradings.
Para baixar os custos de produção, muitos agricultores optam por comprar os insumos em grupos. Olévio Brancalione cultiva 1300 hectares em Nova Mutum usa esta estratégia e garante que consegue economia de até 15%. “O grupo se reúne para definir quais produtos comprar depois de um levantamento de preços”, explica. Andrey Costa Beber também aposta na compra coletiva para economizar. “Nosso grupo tem sete propriedades e conseguimos até 30% de economia em alguns produtos”, conta.
Os produtores de forma geral relataram preocupação com o capim amargoso, planta daninha que está aparecendo nas lavouras transgênicas e ainda tem difícil controle. Em algumas propriedades, uma praga chamada pelos agricultores de “cascudinho” também está atrapalhando este início de safra.
O Circuito Aprosoja Etapa Soja percorre as regiões Leste, Sul e Norte de 24 a 28 de outubro. O evento é realização da Aprosoja e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), com parceria do Imea e Embrapa e patrocínio da Bayer, Basf, Dimicron e UPL.
Fonte: Ascom Aprosoja