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Axolote é uma espécie de anfíbio multicolor e após ter viralizado no TikTok e no jogo online Minecraft, abrigos de animais de estimação da Nova Zelândia estão recebendo diversos exemplares. Outro fator importante é que as pessoas não sabem cuidar de maneira adequada desses animais de estimação.
Emma Neale, que administra um instituto de resgate de anfíbios, relatou que chegaram 600 axolotes só na semana passada. Ao todo, o local cuida de 2.000. Ela ressaltou que alguns proprietários inexperientes estavam colocando os casais dos anfíbios no mesmo tanque, e isso fez com que eles tivessem “literalmente milhares de axolotes. Depois não conseguiram lares para eles”.
“Os axolotes podem produzir um grande número de ovos. Essa situação pode ficar rapidamente fora de controle”, afirmou o oficial de ciências da SPCA Alison Vaughan.
Alguns especialistas suspeitam que a crescente procura pelos axolotes se deu por conta do TikTok, plataforma na qual a sua hashtag já acumulou 2,6 bilhões de menções. Outro ponto foi que o anfíbio foi introduzido, em 2021, como animal de companhia no jogo online Minecraft.
“Exatamente no momento em que o Minecraft introduziu a capacidade de gerar os referidos axolotes no programa, houve uma preocupação de que as crianças começassem a pedir aos pais para ter esses animais em casa”, disse a doutora da Veterinarians for Animal Welfare Helen Beattie. “Eles não são animais de estimação fáceis, pois têm necessidades bem específicas”, completou.
Danni Mokomoko, que administra o instituto Wellington Amphibian and Reptile Rescue, afirmou que resgatou 25 axolotes na semana passada. Ele atribui a crescente popularidade do animal ao jogo Minecraft.
Já Neale não acredita que o jogo sozinho poderia explicar esse aumento na procura pelo anfíbio. Ela afirmou que é necessárias as pessoas pesquisarem sobre os cuidados com os axolotes antes de tê-los, pois esses animais podem viver por até 25 anos.
Axolote é um animal raro ameaçado de extinção
O axolote, anfíbio nativo dos lagos da Cidade do México, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco, está quase extinto na natureza — sobretudo por causa da proliferação de espécies invasoras de peixes e da poluição da água nos agitados canais da cidade.
Algumas espécies se transformam em salamandras que vivem na terra, perdendo as caudas semelhantes a girinos e as brânquias da cabeça. Os axolotles vêm sendo estudados pelos cientistas por seu poder de regeneração. Além disso, ele pode ajudar os pesquisadores a desvendar a chave de imunidade ao câncer.
E não é só isso. Os axolotes têm sido usados no México como remédio para algumas condições associadas à gravidez, fraqueza e doenças respiratórias.
Um grupo de freiras em Patzcuaro, no México, cria legalmente uma espécie de axolote, cujo nome científico é Ambystoma dumerilii, e usa os animais como ingrediente de um xarope para tosse, embora tradicionalmente eles fossem consumidos como parte de um caldo.
Seu nome é uma homenagem a um deus asteca
Bastante antigo, o axolote é original do México e está presente no país desde antes da chegada dos espanhóis. Tanto é, que ele faz parte da mitologia local, e seu nome é prova disso!
Reza a lenda que esse animais marinhos diferentes seriam a reencarnação do antigo deus asteca Xolotl, responsável pelo fogo e pela iluminação.
Descrito como um deus com esqueleto de homem e cabeça de monstro. Não à toa, sua figura lembra muito a de uma salamandra aquática com brânquias externas.
Ele é um animal neotênico
Em biologia, a neotenia é um fenômeno caracterizado por quando uma espécie mantém suas características larvais mesmo depois de chegar à fase adulta.
Lembrando que os axolotes são uma espécie de salamandra, o normal é que os animais dessa ordem se desenvolvam na água, tornando-se terrestres após a metamorfose.
Os axolotes, contudo, até podem passar por essa mudança. Mas, em geral, permanecem a vida toda com características típicas do estado larval da salamandra, como brânquias externas e barbatana caudal.
Clique na imagem abaixo e confira um vídeo deste animalzinho curioso mudando de cor, sensacional.
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